O liberal Mark Rutte, ex-executivo do setor de alimentação e fascinado pelo “sonho americano”, disputa um terceiro mandato como primeiro-ministro da Holanda e se posiciona para isso como o candidato da segurança e da estabilidade.

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Rutte, de 50 anos, que habitualmente cita Ronald Reagan, Margaret Tatcher e Winston Churchill, se converteu nas eleições legislativas de 9 de junho de 2010 no primeiro-ministro liberal da Holanda desde 1918.

Desde então, pilota o barco com tranquilidade, apesar das turbulentas águas holandesas.

Rutte considera seu maior êxito a recuperação econômica do país graças a uma campanha de austeridade orçamentária durante a crise da zona euro.

“Vivemos tempos muito instáveis e perigosos e minha tarefa principal como primeiro-ministro é manter a estabilidade e a segurança do país”, assegurou à AFP.

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– Normalidade –

Em janeiro passado, Rutte publicou uma carta aberta nos jornais, na qual convidou as pessoas que não respeitam os valores da Holanda a se adaptar ou então deixar o país.

E, em uma tentativa de seduzir os simpatizantes do deputado e candidato da direita radical, Geert Wilders, o primeiro-ministro revelou seu slogan de campanha: “Ajam. Normalmente”.

Este lema faz referência a uma expressão comum na sociedade holandesa.

Ao longo da campanha, o elegante político tentou impor-se como a única alternativa séria frente ao deputado anti-Islã Wilders.

Durante seis anos trabalhou para o gigante agroalimentar Unilever, especialmente nos recursos humanos, antes de dedicar-se em tempo integral à política, a partir de 2002, quando virou secretário de Estado para Assuntos Sociais

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Rutte foi designado em outubro de 2010 o primeiro-ministro de um governo minoritário de centro-direita, apoiado por deputados do partido de extrema-direita de Geert Wilders.

– Sonho americano –

Líder do Partido Liberal desde 2006, Mark Rutte é “um holandês com um sonho americano”, afirma seu amigo há mais de 20 anos, Derk Jan Epping, em uma biografia publicada em 2010, “Tudo pela política”.

“Para ele, a força de uma cidade como Nova York ou de um país como os Estados Unidos é que as pessoas que nasceram sem nada podem realmente fazer algo com sua vida”, acrescenta Eric Trinthamer, ex-porta-voz do grupo parlamentar liberal, citado no livro.

Segundo seus biógrafos, Rutte, pouco apegado às convenções sociais, dirige um carro popular e continua morando no mesmo apartamento que comprou ao acabar seus estudos.

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Aferrado a seus hábitos, come comida indiana aos sábados à noite com sua mãe, de mais de 90 anos, e às vezes é visto nas sextas-feiras em uma pizzaria do bairro, usando camiseta, calça jeans e tênis.

De caráter afável, sabe evitar habilmente com humor as perguntas incômodas durante as coletivas de imprensa e os debates parlamentares.

Nascido em 14 de fevereiro de 1967 em um bairro elegante de Haia e licenciado em História, Rutte é o filho mais novo de uma família de sete irmãos e queria ser pianista.

Muito ligado à família, sofreu com a morte de um de seus irmãos por aids, em 1989.

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