Das bandeiras da The Ocean Race, a esportiva é a de mais fácil reconhecimento. Mas o evento preza, sobretudo, pelo debate sobre sustentabilidade. A montagem da Vila da Regata requer ações focadas no meio ambiente. Como exemplo, no último dia 25, Itajaí organizou a 10ª edição do “Juntos pelo Rio”, um evento que reuniu cerca de 1,4 mil voluntários para recolher resíduos nos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim. Evento que foi feito no rastro da The Ocean Race.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Itajaí e região direto no Whatsapp
Mas há legados que já foram deixados no município com as edições anteriores. Uma delas é a circular nº 1901 de 2021, publicada pela prefeitura de Itajaí. Ela determina a “eliminação dos copos plásticos descartáveis para uso dos servidores municipais até março de 2022”. Ela é uma forma de compromisso voluntário com a campanha Mares Limpos, da ONU Meio Ambiente, bastante reforçada em edições anteriores da regata.
Conheça as equipes que disputam a regata na categoria Imoca
Uma vez essa determinação tendo sido atingida com os servidores, ela começou a ser praticada em outras instâncias, como na rede municipal de ensino. No CEI Laércio Mauro Malburg, no bairro Barra do Rio, desde o ano passado, a criançada só pode usar copos retornáveis trazidos de casa.
Continua depois da publicidade
– As crianças foram se habituando, as famílias também já colaboram bastante, mandando as garrafinhas e os copinhos para as crianças. Todos eles já conseguem identificar seu copinho e conseguem servir-se sozinhos – contra a diretora do CEI, Renata da Silveira.
Primeiro barco da Ocean Race chega a Itajaí após ter problemas no casco
A ação coaduna com um projeto “O mar começa aqui”, que nasceu na mesma unidade de ensino e hoje é praticado em toda a rede municipal de educação.
– O propósito da ação é sinalizar pra população, para as famílias, a importância de não jogar lixo no chão, já que ele vai pro bueiro e esse lixo vai pra água – defende a professora Jaqueline Schmoeller, criadora da ação.

Em sala de aula, as crianças estudaram as consequências disso. Do lado de fora da unidade de ensino, elas pintaram no bueiro mais próximo a frase do projeto, pra que toda a comunidade do entorno entenda que cair na rede pluvial, pode comprometer e muito a qualidade dos Balneários. Neste ano, a cidade viu o IMA fazer análises de balneabilidade que apontaram três dos cinco pontos analisados como impróprios para banho. Na última avaliação, um único ponto, na Praia Brava, constava impróprio.
Continua depois da publicidade
Os ensinamentos pegaram. A pequena Helena Guimarães da Cunha, de apenas quatro anos, já entendeu o risco do lixo descartado de maneira correta:
– Ele pode entupir o cano, chegar até o rio e sujar toda a praia. E também os animais fofinhos podem morrer afogados de tanto comer lixo.
Página especial destaca outras notícias da The Ocean Race
O projeto é contínuo na rede municipal de ensino e reforçado em visitas escolares que vão acontecer na Vila da Regata. Agora, os pequenos viraram verdadeiros vigilantes ambientais:
– Eles são semeadores, multiplicadores da nossa sementinha. Então, na verdade, a gente falando um pouquinho todos os dias com eles, todo dia levando uma informação pra casa e continuando é gratificante. É um trabalho de formiguinha, mas a gente sabe que no final vai dar certo – conclui a professora Jaqueline.
Continua depois da publicidade
Leia também:
The Ocean Race: barcos iniciam etapa da prova rumo a Santa Catarina
Confira a programação para curtir a Vila da Regata da The Ocean Race, em Itajaí
Barcos voadores na The Ocean Race: uma nova era na competição