Durante três dias, na Capital, o debate sobre o uso da tecnologia como meio de transformação social reuniu empreendedores, voluntários, líderes comunitários e aficionados em inovações.

Continua depois da publicidade

A seguir, nomes importantes do evento comentam o que ele deixará de legado para o Estado:

Guilherme Zigelli, diretor superintendente do Sebrae/SC:

Consideramos esse evento internacional, inédito no Brasil, um marco para nossa cidade, nosso estado e nosso país. Além da oportunidade de termos participado de uma grande conversa sobre como podemos utilizar as tecnologias, novas mídias e o pensamento inovador para a transformação social, com grandes nomes internacionais, ele nos deixou a semente dos negócios sociais.

Continua depois da publicidade

Os negócios sociais são iniciativas economicamente viáveis que podem solucionar os grandes problemas da sociedade. Cada negócio social tem o potencial de gerar empregos, oferecer condições dignas de trabalho e tratar de desafios específicos, tais como a falta de educação, saúde e boa nutrição, por exemplo.

O Social Good Brasil trouxe também grandes nomes brasileiros para discutir o assunto que, através de seus casos, inspiraram a nós do Sebrae/SC a incentivar cada vez mais que os empreendedores catarinenses tenham acesso a esse tipo de informação. Além disso, aumentou nossa vontade de oferecer ferramentas e aconselhamento para esse novo tipo de negócio que vem atraindo os jovens.

Como Social Good Brasil é um programa que terá sua continuidade, estamos atentos às próximas ações para trazer inspiração, informação, capacitação e incentivos para que a nossa rede de empreendedores possa estar na ponta dos negócios sociais e no uso da tecnologia, das novas mídias e do pensamento inovador.

Continua depois da publicidade

O Brasil está na fronteira da inovação com muitos empreendimentos sociais, mas é preciso uma integração mais forte para acelerar o crescimento desse tipo de negócio. A participação do Sebrae/SC é de aprendizado constante e com isso os negócios sociais podem ganhar uma abordagem especial com modelos customizados, para ajudar no aumento da escala e interesse por esse tipo de empreendimento“.

Lúcia Dellagnelo, presidente do Conselho do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom):

O movimento Social Good parte de uma premissa simples: se somos capazes de desenvolver tecnologias tão inovadoras para conectividade, porque não usá-las em favor do bem comum? Muitos empreendedores da cultura digital já assumiram este desafio e desenvolveram ferramentas que permitem que qualquer cidadão se envolva, mobilize e doe recursos, e preste serviços para causas e organizações sociais.

O programa Social Good Brasil pretende criar uma plataforma para estes empreendedores, dando visibilidade ao seu trabalho e ajudando-os a se conectarem com outras pessoas e iniciativas, em qualquer parte do mundo, que compartilham deste objetivo. Pretende também ajudar as ONGs a utilizarem estas ferramentas para o seu desenvolvimento institucional, e para ampliar o impacto de seu trabalho.

Continua depois da publicidade

As organizações sem fins lucrativos, em geral, trabalham com recursos e quadro de colaboradores limitados. Poucas têm utilizado bem as novas tecnologias para buscar novos apoiadores, divulgar sua causa e mobilizar recursos. O programa Social Good Brasil disponibilizará ferramentas e oportunidades de capacitação para gestores e colaboradores de ONGs, facilitará seu contato com empreendedores que desenvolvem soluções tecnológicas, e facilitará o acesso e atuação eficiente na cultura digital.

Ao liderar o movimento Social Good no Brasil, o Instituto Comunitario Grande Florianopolis e o Instituto Voluntarios em Ação reafirmam a vocação de Florianópolis e de Santa Catarina como pólos de inovação tecnológica e social“.

Rafael Ziggy, estrategista social na Agência África:

O principal legado do Social Good Brasil vai muito além das discussões realizadas nos três dias de evento em Florianópolis. A discussão foi ampliada para Santa Catarina e para o próprio país por meio da representatividade de pessoas e de iniciativas sendo trabalhadas. São projetos, programas, plataformas reunindo em um evento centenas de iniciativas que já estão acontecendo na internet e que por vezes não apresentam a visibilidade necessária.

Continua depois da publicidade

Colocar perto tanto pessoas que estão fazendo ações mobilizadoras no digital, quanto ONGs que estão precisando de voluntariado, é um grande legado do evento. O programa Social Good Brasil trouxe para perto as pessoas dispostas a ajudar, pensadores e grandes lideranças nacionais e mundiais que transitam na área social para gerar discussões para o aprimoramento e o crescimento deste cenário de uso das novas mídias e tecnologias para a mudança social. Há também um grande desafio de aculturar cada vez as pessoas para esta transformação.

Vivemos em um momento bem particular em que as redes sociais já estão consolidadas no Brasil – o país é hoje o segundo país com mais uso do Facebook, por exemplo. Com o uso intenso, temos que aproveitar este momento para alcançar os objetivos sociais para que não fique só no entretenimento“.

Guilherme Bernard, presidente da Acate:

Com a maturidade da internet como meio de geração de negócios, temos percebido uma série de iniciativas sendo criadas para também usarem a rede como canal de promoção e mobilização de causas sociais. O perfil do empreendedor digital, jovem, antenado e muito mais sensibilizado com causas sociais tem propiciado o surgimento de negócios que usem aspectos sociais e sustentáveis como premissas do negócio.

Continua depois da publicidade

Estamos em um processo de transição – a Acate tem estimulado o debate em parceria com instituições como o Instituto Voluntários em Ação e ICom Grande Florianópolis. Em 2010, organizamos juntos o TiB (Together is Better), que foi o embrião para o Social Good Brasil, que estamos apoiando diretamente, mobilizando as empresas.

Acreditamos que a medida que o setor tecnológico foi assumindo uma posição de protagonismo na economia da região de Florianópolis, nossas empresas também passaram a ampliar seus esforços sociais. Além de contribuir de forma ativa na elevação do padrão de renda da região, pelo fato do setor tecnológico ter salários acima da média de outros setores econômicos, as empresas tem procurado apoiar cada vez mais iniciativas sociais.

Algumas delas, por exemplo, estão ligadas a estimular programas de incentivo à capacitação do jovem, como os de desenvolvimento de games.

Continua depois da publicidade

Quanto a participação das nossas empresas no terceiro setor, temos buscado sinergias com as instituições. Várias empresas estão utilizando programas de incentivo à cultura e social para dedicar parte dos seus impostos para o investimento em iniciativas destas áreas. Pela importância do setor, sabemos que temos muito a fazer ainda“.

Regina Célia Esteves de Siqueira, superintendente executiva do Centro Ruth Cardoso:

Quando o Centro Ruth Cardoso, então com apenas dois anos de atividades, se impôs o desafio de encabeçar uma iniciativa inovadora em torno de ideias que pudessem aportar contribuições para os entraves da sociedade, não pudemos dimensionar o êxito daquele que considerávamos um projeto-piloto.

Criado em 2009 com a missão de preservar a memória acadêmica e social de Ruth Cardoso e produzir conhecimento em torno de temas afins aos seus objetos de estudo, o Centro Ruth Cardoso apostou no Festival de Ideias em 2011, e com isso formou uma rede colaborativa disposta a empreender em rede.

Continua depois da publicidade

Hoje vemos o festival como um processo, mais do que um evento. Tornou-se rotina recebermos semanalmente, nas dependências do centro, cocriadores das ideias postadas na plataforma, com o firme propósito de aprimorá-las e torná-las reais, pois os temas sugeridos nos ocupam no dia a dia: mobilidade urbana, violência, catástrofes naturais, crowdbusiness, apps, voluntariado e redes de aprendizagem.

E com a experiência dos processos de cocriação das mais de 700 ideias inscritas, o centro encampou a inovação como escopo de trabalho para estes e os próximos tempos, apostando firme na produção e disseminação de conhecimento gerado em open spaces e programas de aprendizagem. Na segunda etapa de Festival de Ideias deste ano, juntamo-nos a um parceiro de peso: a Social Good Brasil tornou-se tema para mais ideias inspiradoras no âmbito de um voluntariado novo.

Ao chegar a Florianópolis para mais uma rodada de cocriação no contexto do seminário promovido pela Social Good Brasil, o Festival de Ideias vem corroborar, em vários sentidos, alguns dos propósitos do Centro Ruth Cardoso: estimular interação e colaboração; reunir pessoas interessadas em contribuir com a sociedade; incentivar o empreendedorismo em rede“.

Continua depois da publicidade

Fernanda Bornhausen Sá, presidente do Instituto Voluntários em Ação:

Cito duas questões que o Social Good Brasil trouxe para nós e que considero muito importantes: primeiro, podemos dizer que estamos hoje fazendo parte da grande conversa global em torno do tema Social Good, que até agora não tinha nenhuma expressão pelo fato do idioma português não estar incluído na mesma.

Após o seminário Social Good Brasil podemos dizer que Florianópolis, SC e o Brasil entraram nessa grande conversa global em torno do tema que está sendo promovida pela UN Foundation em todo o mundo, em sete idiomas até então, e agora em português. Considero um privilégio para nossa cidade e para nosso Estado a oportunidade de mostrarmos para o mundo o que estamos fazendo em Social Good no Brasil.

A UN Foundation, parceira do Social Good Brasil, durante o evento representada pelo seu VP Aaron Sherinian, ficou impressionada com o trabalho que vem sendo realizado em nosso país em torno do tema e já nos convidou para levar a experiência brasileira para os Estados Unidos. Vale lembrar que o evento teve transmissão ao vivo em português e inglês para todo o mundo. Sediar esse seminário em Florianópolis colocou a nossa capital na ponta da inovação social.

Continua depois da publicidade

O segundo aspecto é o ganho para todos nós, todas as pessoas que hoje conhecem o que é o Social Good Brasil e já sabem como é fácil e gratificante fazer a sua parte. Acredito que a partir de hoje os brasileiros entrarão em massa no movimento que fará grande diferença na solução dos grandes problemas sociais em um futuro muito próximo. Hoje o Social Good Brasil é de cada um de nós“.