O ano de 2014 marca o 190° aniversário da imigração alemã para o Brasil. Neste mês, descendentes de alemães celebram em todo o país a efeméride que marcou de forma inequívoca a cultura, o desenvolvimento econômico e a política do país. A presença alemã no Brasil é registrada desde a chegada das primeiras tripulações portuguesas, mas foi a partir de 1824 que tiveram início as grandes imigrações.

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Entre os imigrantes que se destacaram mundialmente está o naturalista Johann Friedrich Theodor Müller, conhecido como Fritz Müller. Ele nasceu na Alemanha em 31 de março de 1822. Estudou Medicina, Matemática e Ciências Naturais e recebeu o grau de doutor em Filosofia aos 22 anos de idade. O naturalista e professor que viveu e faleceu em Blumenau e auxiliou no avanço da ciência é um dos grandes ícones da nossa história.

Müller decidiu emigrar após a morte da sua primogênita, em 1852, ao ler um livreto escrito por Dr. Blumenau. Escolheu o Brasil, primeiramente pelas ricas flora e fauna. Depois, porque acreditava que aqui o modo de vida alemão poderia se conservar mais facilmente do que entre os norte-americanos. Outro fator foi porque o fundador, Dr. Blumenau, já era seu conhecido. Fritz Müller ajudou a construir a colônia por meio de pesquisa da flora e fauna, além de atender, como médico, casos urgentes e manter um relacionamento amistoso com os índios.

Ficou mundialmente conhecido pela troca de correspondência com Charles Darwin. Ao naturalista, dedicou sua pesquisa com crustáceos, sendo citado no livro A Origem das Espécies. As missivas cheias de observações continham também amizade. Darwin reconheceu inúmeras qualidades do amigo, como a arte do desenho, a facilidade com a língua inglesa e a afabilidade.

Fritz Müller foi exemplo de dignidade e ética. Dizia que “sem liberdade não há verdade e nem virtude”. Que nesta data, na qual homenageamos os imigrantes, possamos reverenciar sua obra e cultivar os valores que marcaram sua vida.

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