Desde o dia 26 de junho, quando entrou em operação, o instrument landing system (ILS) gerou um ganho operacional de 65% ao Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola. Isso quer dizer que, com o sistema, agora há mais segurança nas aterrissagens, diminuição do número de aeronaves que antes não pousariam na cidade por causa do mau tempo e redução do tempo das viagens – fatores que ajudam a fazer com que o passageiro que antes preferia embarcar em Curitiba ou Navegantes em condições mais seguras volte a considerar Joinville na hora de decolar.
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O novo panorama do terminal e os planos de investimentos e melhorias foram apresentados pelo superintendente Rones Heidemann na reunião da Associação Empresarial (Acij) da última segunda-feira. Confira um resumo dos principais tópicos abordados por ele.
Estrutura administrativa
– O Aeroporto de Joinville é administrado pela Infraero desde 1974. Ele gera 76 empregos diretos, tem 140 funcionários terceirizados e é um dos poucos do País a ter um plano diretor.
Novos voos
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– Hoje, há uma oferta anual de 786 mil assentos (lugares em aeronaves) disponíveis. Enquanto esse número não for atingido, dificilmente teremos novos voos para Joinville.
Preços dos bilhetes
– As passagens em Curitiba e Navegantes ainda são mais baratas, mas a diferença já foi maior. A expectativa é de que, com o crescimento do número de passageiros, os bilhetes fiquem mais baratos.
Viagens por passageiros
– Pelos números do aeroporto, cada joinvilense faz, em média, 0,71 viagem por ano. Este número é menor do que em cidades como Chapecó (2,11), Londrina (1,93), Maringá (1,85) e Uberlândia (1,73), que têm um porte parecido com Joinville e não têm grande apelo turístico. É improvável imaginar que o joinvilense viaje menos. O que ocorre é que muitos ainda embarcam em Curitiba ou Navegantes. De cada cinco bilhetes vendidos em Joinville, apenas um é e embarcado aqui.
Ganhos com o sistema
– Em 81 dias de operação, o ILS proporcionou um ganho operacional de 65%, superando as expectativas iniciais de 61%. Ele está cumprindo a sua função. Em alguns casos, o tempo de viagem a São Paulo caiu dez minutos. Treze aviões que antes não poderiam aterrissar por causa do mau tempo pousaram em Joinville desde então. Apenas um não conseguiu. O ILS está resgatando a confiança do passageiro joinvilense.
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Investimentos
– O aeroporto vai ganhar um sistema ELO/Finger (uma plataforma coberta que leva o passageiro da sala de embarque até a aeronave, evitando que o acesso seja feito pela pista). Também está sendo construída uma nova seção contra incêndios, no valor de
R$ 6 milhões, e a via de acesso a um complexo logístico, que terá uma área para cargas e galpões com infraestrutura de condomínio industrial. A expectativa é de que esse complexo seja implantado até 2016.
Sala de embarque
– A atual é pequena e foi mal planejada. É preciso readequar o layout. Nosso objetivo é ampliá-la até o fim do ano, dobrando o seu tamanho.
Hotel e posto
– Outro projeto prevê a construção de um hotel com 150 apartamentos e de um posto de combustíveis anexados ao aeroporto. Ele precisa ser finalizado ainda neste ano para ir à licitação, sob o risco de o investimento ir para outra cidade.
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Movimentação
– Já são 12 meses seguidos de crescimento no número de passageiros. A expectativa é fechar 2014 com 500 mil. Para 2015, o volume deve ficar entre 620 mil e 705 mil.
ALS
– Estamos trabalhando para instalar o ALS (approach lighting system, ou sistema de luzes de aproximação) e diminuir a visibilidade de pouso para 800 metros. Ele vai ficar na cabeceira 33. A Anac já está ciente. Este é um projeto de no mínimo dois anos.
Voos extras
– A Gol vai disponibilizar oito voos extras para Joinville em outubro. O principal objetivo é atender à demanda das festas de outubro, em especial a Oktoberfest.
RNP-AR
– Gol, TAM e Azul precisam cumprir cinco etapas documentais para a homologação do RNP-AR (do inglês performance de navegação requerida, um procedimento que aumenta a precisão da aproximação e pouso das aeronaves). Isso não depende do aeroporto porque cabe às companhias aéreas adaptarem os aviões. O uso do RNP-AR vai ajudar muito em dias de muito vento. Apenas o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e o Lauro Carneiro de Loyola estão com esse procedimento em fase de homologação.
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Resistência da pista
– Já atualizamos o nosso PCN (pavement classification number, classificação que indica a resistência de um pavimento) de 33 para 51, número que estava previsto apenas para 2029. Nossa pista foi muito bem-feita no passado. Com isso, aviões maiores, com mais passageiros e mais carregados, poderão pousar em Joinville.