Leonardo Lucena nem teve tempo de pensar se seria bom ou não ser pai de menina. Literalmente, da noite para o dia Vitória e Mariana tomaram conta da casa, da rotina e do coração deste homem que, hoje, um ano depois da adoção, diz não conseguir mais imaginar a vida sem elas.

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Casados há 12 anos, o servidor público Leonardo, 41 anos, e a administradora Patrícia, 38 anos, foram protelando o aumento da família. Eles sempre quiseram adotar uma criança, mesmo não tendo problemas para engravidar. Entraram na fila para adoção. Optaram por uma criança de até cinco anos de idade. Num belo dia, ano passado, receberam um telefonema de uma assistente social, avisando que uma menina, Vitória, de cinco anos, estava apta para a adoção. Mas havia um porém: a família teria que adotar, também a irmãzinha dela, de três anos.

– Primeiro, deu aquele frio na barriga. Duas? De uma vez só? – relembra Leonardo.

Dia seguinte o casal foi conhecê-las. E, menos de 24 horas os quatro entravam em casa. A família, enfim, estava completa.

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Não houve tempo para preparação. Eram duas meninas para cuidar, proteger, amar, dar carinho, comida, banho… Foi uma revolução na vida de todos.

Os primeiros tempos foram os mais difíceis, conta Leonardo, pois precisaram se adaptar à nova realidade. Houve momentos de tensão, de dúvidas, mas todos foram aprendendo a lidar com as novas situações.

Uma surpresa foi saber que Mariana tinha um grave problema no coração. Já passou por uma cirurgia, em Curitiba, e está prestes a enfrentar outra. Na noite de Natal do ano passado a menina saiu da UTI.

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– Foi o melhor presente que podíamos ter ganho – diz o pai, emocionado.

Leonardo conta que, no início, a impressão que teve foi a de que ser pai e mãe seria uma sucessão de compromissos estressantes: tem que fazer isso, tem que fazer aquilo. Aí, passado algum tempo, descobriu que poderia divertir-se fazendo as tarefas rotineiras com as meninas, e passou a ser uma pessoa muito mais feliz.

– Este foi o meu ponto de virada. Descobri o prazer que é cuidar das meninas, participar de verdade da criação delas. Hoje, dou banho cantando, dançando, invento musiquinhas na hora de escovar os dentes, ajudo a separar as roupas, faço junto as lições de casa, sempre tentando me divertir com isso. Peguei o bonde andando e tive que aprender a ser pai na marra. E é maravilhoso, ainda mais destas duas meninas – confessa.

Patrícia diz que o marido, que sempre foi um homem muito racional, prático e objetivo, tornou-se muito mais sensível e observador. E que vem sendo um pai exemplar. Isso, ela nem precisava dizer. Basta observar o carinho com que ele trata as meninas – e que é uma via de mão dupla – para saber que essa só poderia mesmo ser uma história com final feliz.

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Leia a matéria na íntegra na Revista Donna deste domingo