O futuro da elefanta Baby é incerto após o anúncio de fechamento do espaço dedicado aos animais no Parque Beto Carrero, em Penha. Ela seria transferida para um zoológico em São Paulo, mas uma ONG gaúcha conseguiu na Justiça a suspenção da mudança de endereço. Segundo a Princípio Animal, enviar a elefanta para outro zoo violaria o interesse primário do bem-estar animal.

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Mas então o que fazer com Baby, de origem asiática e com 32 anos de idade? A ONG diz no pedido de liminar à Justiça que o Santuário de Elefantes Brasil, no Mato Grosso, tem condições de receber o animal e oferecer um ambiente mais próximo ao seu habitat. O espaço, aliás, abriga atualmente pelo menos outros cinco elefantes cativos da América do Sul (veja fotos abaixo).

No despacho, emitido na última sexta-feira (11), a juíza Elaine Veloso Marraschi determina que o Beto Carrero suspenda o envio de Baby para São Paulo e dá 15 dias para que a Princípio Animal apresente os documentos comprovando a existência de vaga no santuário, bem como informe quais os cuidados que
serão prestados ao animal durante o traslado e se o local tem estrutura para acomodar a elefanta.

Imagens do santuário

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A 2ª Vara da Comarca de Penha também concedeu a guarda de Baby à ONG. “A decisão é um marco na construção dos direitos animais. A exibição de animais como forma de “lazer” é prática arcaica, que fere os princípios de dignidade animal”, diz a Princípio Animal em publicação nas redes sociais em que comemorou a posição da juíza.

Diretor da ONG, Fernando Schell Pereira comenta que a equipe está em contato com o Santuário dos Elefantes e deve juntar os documentos técnicos para comprovar “toda experiencia e logística adequada ao manejo necessário para assegurar o bem-estar” do animal, que é o único da espécie no parque, complementou ainda o profissional.

“A sociedade já consegue perceber o sofrimento desses animais explorados para entretenimento. Com a conscientização de que o lugar desses animais não é em jaulas como exemplares, mas em seu habitat de origem, onde nunca deveriam ter sido retirados”, opina Fernando.

O Beto Carrero afirmou que “não recebeu qualquer citação. Tão logo estiver ciente tomará as providências que entender cabíveis”.

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O parque anunciou o fechamento do zoo em em junho, após 32 anos com o espaço aberto ao público (veja fotos abaixo). Na época, segundo comunicado, a decisão levou em conta o bem-estar dos animais. “Serão levados para locais onde possam caminhar com mais tranquilidade, onde possam reproduzir, e onde encontrem pessoas que, como nós, tenham essa paixão”, disse a bióloga Kátia Cassaro.

Imagens do Beto Carrero

Um mês depois do fim das atividades do zoo no Beto Carrero, Ministério Público de Santa Catarina instaurou um procedimento preliminar para apurar qual o destino dos animais. Isso porque a atração foi encerrada sem que parque informasse publicamente para onde cada um seria levado. No despacho da juíza Marraschi consta que 260 animais já foram transferidos e outros 70 aguardam um lar.

Nesta segunda-feira (14), a promotoria disse ter recebido do parque as informações solicitadas. “O procedimento está em andamento, sendo necessário aguardar os devidos direcionamentos”, frisou por meio de nota à imprensa sem repassar mais detalhes do caso.

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