Ilha de Santa Catarina é fascinante sob inúmeros pontos de vista e também para quem lida no jornalismo. Continua depois da publicidade
Linda e exuberante, agressiva e imóvel, Florianópolis vive há bons anos em crise de identidade. O que a Capital dos catarinenses quer ser?
Só linda? Ou polo irradiador de um Estado crescente e pujante? Há como conciliar? Continua depois da publicidade
A dúvida e o debate acabam sendo instigantes para os jornalistas, pois os veículos de comunicação se transformam no fórum permanente desses questionamentos, ora expondo ideias de pensadores, urbanistas, arquitetos, ambientalistas, engenheiros, políticos e economistas, ora abrigando protestos – ou auscultando a população que não costuma ter voz nas decisões de planejamento e desenvolvimento da cidade.
Ao receber, há cerca de 20 dias, o artigo de Vinicius Lummertz, secretário Nacional de Políticas de Turismo, desconfiamos que ele trazia, além das ideias do autor, o mote para um debate maduro. Por isso abrimos espaço nesta edição dominical para estimular a reflexão.
Candidato a prefeito de Florianópolis nos anos 1990 pelo PFL, integrante da pasta de Turismo na gestão Dario Berger, ex-secretário estadual de Articulação do governo Luiz Henrique (2007-2010) e de Planejamento da gestão Leonel Pavan (2010), Lummertz é bacharel em Ciências Políticas pela Universidade Americana de Paris, com especialização em Política, Governo e Economia no D?Overbroeck?s College, em Oxford, na Inglaterra. Pós-graduado na Kennedy School, da Harvard University (EUA), no IMD de Lausanne (Suíça) e MBA Executivo na Amana Key, em São Paulo, o secretário tem contra si o fato de ser da família proprietária do polêmico projeto Ponta do Coral, laço costumeiramente explorado por seus adversários de ideias.
Não se pode negar a ele, porém, amor pela cidade que escolheu para viver. E que por isso se propõe a fazer questionamentos como este: Continua depois da publicidade
“Floripa vive uma relação esquizofrênica com os quase R$ 2 bilhões de receita anual que obtém com o turismo e que ajudaram a transformar nossa cidade na que mais enriqueceu nos últimos 10 anos[…]Queremos a receita, mas não queremos o turista?”
Lummertz não é o único, claro. Na edição de segunda-feira, o espaço será aberto às ideias do arquiteto Dalmo Vieira Filho, uma das maiores autoridades brasileiras em urbanismo. Especialista na área de patrimônio cultural, o paranaense de nascimento e catarinense de coração tem cursos de extensão e especialização na Alemanha e Portugal. Atual integrante da equipe do prefeito Cesar Souza Junior, Dalmo está muitos degraus acima de escolhas partidárias e políticas.
A semana abrigará ainda ideias de pensadores desse quilate, como Zena Becker e o arquiteto Edson Cattoni. Ao dedicar espaços nobres ao tema, o DC entra na casa do leitor para convidá-lo a participar de um debate com o coração aberto e disposto a vislumbrar antes um ponto de partida do que de chegada.
A qualidade das respostas sobre o futuro de Florianópolis depende das perguntas que soubermos formular no presente. Continua depois da publicidade