É dentro do Perini Business Park, o maior condomínio multissetorial da América Latina (responsável por 2% do PIB do Estado), que está sendo erguida a prova física do viés econômico traçado para a Joinville do futuro. Seguindo o conceito de cidade inteligente e humana, nasce o Ágora Tech Park – o Parque Tecnológico de Joinville, que tem como desafio se tornar para a cidade e para Santa Catarina o que o Cubo Itaú é para São Paulo, hoje o maior e mais relevante centro de empreendedorismo tecnológico do estado e uma referência no País. Com o diferencial inovador e estratégico de ter uma universidade federal a poucos metros de distância.
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Iniciada em agosto, a obra, que deve ser inaugurada em março de 2019, dará lugar ao parque joinvilense contempla um investimento de R$ 180 milhões e tem previsão de inauguração para 28 de março de 2019, data que promete coroar um novo elo de conexão entre empreendedores, investidores, empresas e universidades. A proposta visa ainda ser o plano “piloto de novas tecnologias que possam melhorar o convívio das pessoas na cidade e gerar mais empregos e riqueza” à Região.
Com curadoria do Join.Valle, o endereço do parque joinvilense no Distrito Industrial conta com um espaço de 140 mil metros quadrados de área e cerca de 70 mil m² de construção. O projeto vai contemplar o prédio principal que está no início das obras, além da nova sede da ContaAzul – empresa âncora do parque – e o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), empreendimentos prontos.
Conforme o engenheiro Emerson Edel, da Perville Engenharia, responsável pela obra, o Ágora vai abrigar já a partir do ano que vem uma série de ações compartilhadas como incubadora, aceleradora, coworking, eventos, desenvolvimento de pesquisas e startups. O objetivo é que haja aproveitamento tanto da sociedade externa quanto por estudantes e as cerca de 160 empresas instaladas no Perini.
— Queremos um parque aberto, sem muros, que fomente a inovação e o empreendedorismo na cidade — salienta Edel.
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A hora certa para consolidar o ecossistema joinvilense
De acordo com Marcelo Hack, presidente do Perini, a construção do centro tecnológico no condomínio efetiva uma ideia que surgiu há cerca de uma década, mas tornou-se viável apenas no ano passado. Isso foi possível porque a UFSC, peça-chave no projeto, decidiu instalar o campus no local e será atuante no Ágora. Jogou a favor também a aceitação do poder público, uma vez que a iniciativa é privada, mas aberta à comunidade.
O ideal do espaço colaborativo mais do que o incentivar o empreendedorismo e a reinvenção das empresas locais, busca ordenar o ecossistema de inovação em Joinville como nos moldes do Sapiens Parque e do Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA), ambos de Florianópolis.
— Joinville é desenvolvida no segmento de inovação, porém quando é visto o modelo de Florianópolis é perceptível o quão produtiva é a ordenação do ecossistema. E quando nós olhamos o ecossistema de Joinville, podemos enxergar que assim como na capital ele é muito grande, mas está desordenado. Então, o Ágora se apresenta como catalisador para que Joinville seja novamente destaque nacional, agora em termos de inovação e tecnologia — pontua, Marcelo.
Academia vem para somar
A ordenação vem com o desejo de que a dinâmica criada pela hélice tríplice se reverta na consolidação do polo com mais celeridade, seja na geração de novas políticas públicas, seja no emprego de capital, seja no conhecimento agregado ou seja no desenvolvimento de novos modelos de negócios.
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E o momento se mostra propício, já que o Ágora desperta em meio a retomada econômica e a existência de uma nova perspectiva nas parcerias público-privadas em torno da inovação – isso se dá pela publicação do novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Decreto 9.283, de fevereiro de 2018).
A norma aumenta a segurança jurídica na relação entre empresas e universidades e pode representar impacto direto na presença da UFSC no Perini. Em Florianópolis, a federal foi principal motor da pesquisa aplicada para que o meio tecnológico se consolidasse. Desta vez, a tendência pode se repetir no Norte, conforme destaca a diretora do campus da UFSC em Joinville, Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto.
— A universidade tem o papel importante de coexistir nesse ambiente desenvolvendo pesquisa aplicada e inovação. A UFSC tem hoje cerca de 600 grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e nossos cursos de engenharia tem relação direta com o que o Perini tem em termos de indústria. Então nossa parceria se dá com os nossos jovens e professores no sentido de alavancar esse ecossistema — Cátia.
O modelo do Cubo em SP
O Cubo é o maior hub de empreendedorismo tecnológico da América Latina e fica num espaço totalmente concebido para conectar empresas e gerar negócios. São cerca de 250 startups dividindo o mesmo ambiente e aproveitando as vantagens que isso proporciona. A principal delas é a colaboração. Afinal, o prédio de 14 andares é totalmente ocupado pelas mais inovadoras startups do país, empresas que surgem no modelo de experimentação, testando soluções que podem não dar certo, mas quando dão, se transformam em negócios milionários.
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Só neste ano, as empresas do Cubo geraram mais de R$ 230 milhões em negócios. E startups de fora de São Paulo também ganharam a oportunidade de convergir com o Cubo por uma plataforma digital. A expectativa, agora, é por uma parceria com o parque tecnológico que será criado em Joinville.
— Vejo uma ótima oportunidade de conexão entre esses dois hubs de inovação — vislumbra Lineu Andrade, diretor do Itaú Unibanco responsável pelo Cubo.