É duro assimilar e aceitar, mas não havia saída. As pressões eram enormes. Os resultados em casa não aconteciam. Foram 13 jogos no Scarpelli, com apenas quatro vitórias – todas ainda no turno. A falta de resultados em casa que minava o trabalho da comissão técnica e do time na tabela. O Figueira atual contraria a própria história, que sempre teve um time forte em seus domínios. Além disso, havia pressões enormes internas, de conselheiros, e externas, de torcedores.

Continua depois da publicidade

Milton Cruz chegou a revelar, em entrevista no Debate Diário, que o presidente Claudio Vernalha recebeu ameaças e exigência pela demissão dele. O clima estava pesado e o ambiente insustentável. O episódio de sábado, com a invasão de dois torcedores na coletiva do treinador, também pesou. A saída de Milton surpreende porque foi um ano vitorioso. Dentro do contexto do futebol era algo até esperado. Mas se o caminho vai levar a um Figueirense forte e brigando pelo acesso é muito complicado afirmar. Rogério Micale, anunciado hoje, terá que ter muito respaldo.

Nem como manager

De um jeito ou de outro não havia como Milton Cruz ficar como manager. É algo que se constrói num início de temporada e não com a demissão de um treinador que seria transformado em manager. O profissional que vai chegar para o comando técnico dificilmente aceitaria esta condição. E o próprio Milton não se sentiria bem, como ele mesmo já nos disse no Debate.

Afinal, Milton quer ser técnico e seguir sua carreira assim. O convite demonstra como era a relação do presidente Vernalha e do treinador. Milton sempre foi a referência, desde o início da nova gestão. Agora, Felipe Faro, o executivo, e Fernandes, o gerente, vão precisar assumir as rédeas da situação, mostrando competência para reverter um quadro que é ruim.

Continua depois da publicidade