O secretário-adjunto da Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior, garantiu nesta segunda-feira que o Estado tem um plano de ação emergencial para a segurança dos presídios.

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Ele diz que os agentes penitenciários estão sendo insuflados por um movimento político ligado ao sindicato da categoria.

Confira os principais trechos da entrevista dada na tarde de segunda no gabinete da secretaria, em Florianópolis:

Diário Catarinense – Os agentes relatam que há clima de tensão nas cadeias. Como o Estado avalia a situação?

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Sady Beck Júnior – Essa situação acontece por culpa principal do movimento grevista, de alguns agentes que insuflam a categoria de forma irresponsável, pois desconsideram as consequências que podem acontecer.

DC – O que pode acontecer?

Sady – Por exemplo, o que aconteceu no cadeião do Estreito. Houve lá um princípio de rebelião, que foi controlado. Poderia ter consequências piores ali, como uma fuga em massa e até mesmo a morte de algum detento e por isso optamos em desativá-lo. Ainda esta semana devemos anunciar o local em que será construída a nova central. Há mais um prefeito interessado em resolver essa situação.

DC – Não seria mais prudente tentar negociação com os agentes e evitar consequências mais graves?

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Sady – O Estado está completamente aberto a negociações e tem buscado o avanço junto ao sindicato e aos representantes do movimento. Acontece que há uma completa intransigência por parte das lideranças do movimento grevista.

DC – Há plano de ação caso venham a acontecer problemas nas ruas em razão da tensão no sistema prisional?

Sady – O Estado tem uma ideia de como atuar, um plano, que eu vou manter restrito. Mas é importante deixar claro que esse movimento grevista ele é insuflado por uma minoria radical, movida por sentimentos políticos menores do que o que deveria nortear o agente público. Há uma grande parcela de agentes comprometidos e não vão deixar que isso aconteça.

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DC – Há alguma informação se esses incêndios vieram de ordens das cadeias?

Sady – Isso é um trabalho feito pela inteligência. Numa primeira análise, a única forma que o acesso da comunicação está completamente cessado por conta da greve seria por alguns agentes mal intencionados. O advogado e as visitas não podem entrar. A única comunicação é com os próprios agentes. Não acredito que algum agente fosse capaz de fazer isso.

DC – Em Florianópolis não há mais bloqueadores de celulares e os presos, em tese, teriam como se comunicar…

Sady – É remoto (a possibilidade) porque, enquanto funcionou, esteve intensificado o trabalho de revista. Desde que iniciou a greve, esses aparelhos não teriam como ter entrado na unidade. A nossa expectativa é até meados de abril isso esteja reestabelecido.

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DC – Em SC tivemos episódios graves (ataques nas ruas) em razão de problemas dentro do sistema prisional. O que está sendo sendo feito para evitar que isso se repita?

Sady – O sistema penitenciário catarinense tem, sim, algumas mazelas que se concentram principalmente em duas unidades: era o cadeião do Estreito e o presídio de Blumenau. Nas outras unidades há um completo respeito aos direitos humanos básicos. Passamos por sensíveis mudanças em Joinville, Florianópolis, São Pedro de Alcântara. As reivindicações dos apenados, na grande maioria, foram atendidas.