Depois da terceira morte na praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha de Santa Catarina, sendo a mais recente a primeira depois da inauguração do alargamento da faixa de areia, a dúvida que muitos frequentadores do espaço têm é se o local ficou de fato mais perigoso. A conclusão não depende de um fator apenas: para estudiosos, a reação do mar à intervenção feita e a manutenção de hábitos e eventuais imprudências pode ser a combinação determinante para resultados fatais.

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O geógrafo Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, afirmou que os agentes públicos têm que intervir para que a informação dos riscos fiquem mais claras, além de garantir atendimento rápido nas emergências. A entrevista foi ao ar no Direto da Redação da manhã desta quinta-feira (6).

– Se de fato a praia de Canasvieiras se tornou mais perigosa, as pessoas têm que se adaptar a essa modificação. Da mesma forma, o Estado também é responsável. Uma analogia que explica bem isso é o caso de uma rodovia: se depois de uma obra uma curva fica muito perigosa, o Estado tem obrigação de tomar algumas medidas para amenizar os problemas, pelo menos.

Ainda que não seja possível confirmar que a praia de Canasvieiras esteja diferente, ele garante: "Logicamente, qualquer alargamento de praia causa uma mudança na dinâmica do local. As praias podem se tornar mais reflexivas – consequentemente mais perigosas -, ou menos reflexivas. Há praias na Europa que se tornaram mais perigosas após passarem por um processo de alargamento".

Ouça a entrevista:

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