“Não, não gosto de Política”, “Política, tô fora!” ou “Não quero mais saber de Política”. Todos já ouvimos algumas dessas frases em algum momento. Os comentários demonstram uma revolta contra o jeito de fazer política, mas também sugerem desconhecimento sobre a importância do tema para o nosso dia a dia.
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Assim, o e-mail do leitor Marcelo del Campo, de Florianópolis, foi uma ótima surpresa que chegou à Redação. Na semana passada, ele manifestou sua preocupação com a “constante redução do espaço” na editoria de política do DC. “Os escândalos nessa área não podem servir como justificativa para dar cada vez menos notícias sobre o assunto”, escreveu.
E foi além, ao sugerir que, ao contrário, “o jornalismo deve registrar, fiscalizar e denunciar, servindo, dessa forma, à população e, principalmente, aos leitores”. Del Campo disse tudo.
Uso a mensagem do leitor para contar neste Diário da Redação que o espaço reservado às editorias – política, geral, esporte, economia, variedades, polícia, mundo – oscila conforme algumas variáveis, como ocorrências factuais mais importantes, que podem exigir mais páginas a uma área e menos para as outras.
E que, muitas vezes, a percepção de que o espaço teria diminuído ou aumentado é subjetiva – não baseada num levantamento estatístico e sem considerar assuntos de política publicados na área nobre da principal reportagem especial do jornal – no caso do DC, localizada nas páginas 4 e 5.
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Apesar de tratar, geralmente, de temas áridos e de pouco apelo popular -, a editoria de política procura focar o trabalho justamente na fiscalização constante do poder público. A missão principal é acompanhar o trabalho daqueles que, amparados por um mandato ou por um cargo efetivo que lhes confere autoridade – são responsáveis por decidir pela coletividade e administrar o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos.
Essa tarefa ganha importância especial em 2012, ano em que serão escolhidos prefeitos e vereadores em todas as cidades brasileiras. A responsabilidade redobra: caberá à editoria de política dar o máximo de informações ao eleitor que permitam a escolha do melhor candidato: aquele comprometido realmente com o interesse público, e não com negociações escusas.
Num ano como este, no qual os olhares se voltam para a política, é um bálsamo receber uma mensagem como a de Marcelo Del Campo.