O vento Norte/Nordeste, recorrente em Florianópolis nas últimas semanas, é ideal para quem estiver sentado nas praias dos Açores e Pântano do Sul, no Sul da Ilha de Santa Catarina. O morro à direita das orlas protege os praieiros da ventania, que pode ser sentida no Campeche ou nas areias das praias do Norte da cidade.

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Já se o vento estiver Sul, será sentido de frente para quem observar o mar nos Açores e no Pântano, podendo levantar guarda-sol e incomodar quem quiser ficar sentado olhando o horizonte. Além das condições de tempo, o Açores e o Pântano do Sul são opções de passeios ricos em histórias que mostram a cultura da cidade.

Açores: restinga, flores e ilhas emolduram a praia

Entre as casas construídas recentemente e a areia, uma restinga com flores cor-de-rosa delimita o espaço da praia. Ela é calma durante a semana. Nos sábados e domingos, ferve de gente. A Praia dos Açores é hoje como era o Campeche há cinco anos atrás.

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Escadas de madeira entre a vegetação guiam o visitante até a areia. A primeira coisa que se vê é o trio de ilhas chamadas de Três Irmãs – Irmã do Meio, Irmã Pequena (ou Costeira) e Irmã de Fora. Além das ilhas, se a pessoa observar com cuidado, irá ver à direita, lá no horizonte, uma parte de Palhoça, com a Praia da Pinheira e a Guarda do Embaú.

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

Mais à esquerda, o Moleques do Sul é outro conjunto de Ilhas avistado da areia. Também são três os pedacinhos de terra que abrigam uma espécie só encontrada por lá: a Cavia intermedia, roedor com cerca de 25 centímetros. Por existirem apenas na ilha e pesando 600 gramas em média, esse mamífero pode ser extinto pela ausência de variabilidade genética. Essas seis ilhas são parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.

São 3,2 quilômetros de faixa de areia na Praia de Açores. O mar é procurado por surfistas, chegando a presenteá-los com ondas de 0,5 metro a 1 metro. A orla é levemente inclinada, sendo que a parte mais alta está mais longe da água. Há formação de alguns buracos no mar. Por isso, respeite o alerta dos guarda-vidas – nesta praia são 13 deles.

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Foto: Charles Guerra / Agência RBS

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PRAIA DE AÇORES

Acesso

Pela SC-405, há sinalização que indica como chegar até o Pântano do Sul. Antes de entrar na praia, fique atento para entrada dos Açores. Todo o trecho é asfaltado. O problema são os engarrafamentos na volta.

Estacionamento

Um estacionamento organizado com cerca de 20 vagas está ao lado do posto guaa-vidas. Nos fins de semana faltam vagas. As pessoas estacionam nas ruas.

Trilhas

Uma trilha leve, com cerca de 10 minutos entre as pedras, liga a Praia dos Açores à Praia da Solidão. Outra, um pouco mais íngreme, leva até o Saquinho. São cerca de 30 minutos de caminhada entre as árvores. Não há sinalização nas trilhas. O Corpo de Bombeiros indica que não se vá ao local em dias chuvosos.

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Alimentação

Apenas uma barraquinha está na praia, vendendo milho e água de coco. Há restaurantes nas praias próximas, como o Pântano do Sul.

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

Pântano do Sul: a memória de um reduto pescador

O Pântano do Sul é uma praia de areia dura, com água calma e fundo enlameado. É um convite a um fim de tarde relaxante em uma cadeira na beira do mar. Além disso, o forte do local é conhecer a antiga comunidade de pescadores.

Posicionado de frente para as águas calmas, o rancho Seu Bebeco – Germano José da Lapa é uma homenagem a um dos mais lembrados contadores de história do Pântano do Sul. Cerca de 25 pescadores da associação lembram do bruxo da ilha, como era conhecido. A mulher dele, Catarina Ana da Lapa, 84 anos, ainda mora em uma casinha antiga à beira do mar do Pântano do Sul.

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História de pescador ou não, dizem que seu Bebeco era amigo de Franklin Cascaes. E que os dois passaram um verão juntos pesquisando. O livro Somos todos manezinhos, de Francisco Hegídio Amante, cita Bebeco como um dos nativos que escreviam pasquins para informar a comunidade nos anos 1980.

O visitante do Pântano do Sul pode escutar mais dessas histórias, enquanto almoça no bar e restaurante Arante, que existe desde 1958. Turistas escolheram o estabelecimento como ponto de encontro naquela época. Deixavam bilhetes com recados. Com o tempo, eles foram pregados na parede e estão lá até hoje, aos milhares (foto acima). A família de Arante Monteiro, fundador do bar, administra o local há quatro gerações.

Foto: Charles Guerra / Agência

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PÂNTANO DO SUL

Estacionamento

Há estacionamentos pagos entre os casarões históricos, com preços que variam de R$10 a R$ 20 durante a temporada. A maior parte das pessoas guarda os carros nas ruelas próximas à praia.

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Hospedagem

Pousadas ficam entre a mata, localizadas nos morros ao redor do Pântano do Sul. O valor das diárias varia de R$ 100 a R$ 350 por pessoa. Há mais opções nas praias próximas, como o Campeche e a Armação.

Alimentação

Na orla, são sete restaurantes principais. Um peixe frito com pirão para duas pessoas custa R$ 45 no Arante. A sequência de frutos do mar sai por R$ 159.

Preservação

O Ministério Público encaminhou em 2012 uma recomendação a órgãos de meio ambiente para que houvesse mais fiscalização nas Áreas de Preservação Permanente (APP?s) no Pântano do Sul. Segundo o Ministério Público, há prédios irregulares no local.

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