Uma das cadeiras da Câmara de Vereadores de Chapecó tem um único dono desde 1988. Há 24 anos Delvino Dall Rosa é vereador do município e acaba de ser eleito para mais um mandato, o sétimo consecutivo. Isso que alguns de seus eleitores já morreram.
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Por coincidência, o seu apelido, usado na campanha, é Dino. Não porque ele seja um dinossauro no legislativo chapecoense. O apelido vem de infância, quando ainda morava no interior de Chapecó e, de origem italiana, tinha dificuldade em se comunicar em português.
Aliás, é surpreendente o desempenho eleitoral de Dall Rosa, que foi agricultor, depois comerciante, mas nunca frequentou uma escola. Ele aprendeu a ler e escrever graças ao incentivo do padre Jandir Santin. Em dois meses frequentando o seminário, conseguiu o básico para se virar. Agora, já discute até com advogados as leis do legislativo.
– Aprendi muita coisa com a experiência – disse.
Dall Rosa acredita que, se tivesse estudado, poderia ter concorrido à prefeito ou deputado. Mas está contente com seu desempenho no legislativo, pois não perdeu nenhuma eleição. Dall Rosa disse que o segredo para esse desempenho são o grande número de amigos que tem e as pessoas que ajudou durante a sua trajetória.
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Antes de ser vereador ele já ajudava os vizinhos no bairro Bela Vista a conseguir que a prefeitura aterrasse um terreno, consertasse um bueiro, arrumasse uma rua. Com isso foi ganhando a simpatia do eleitorado e aumentando sua base eleitoral. Na primeira eleição, visitava os eleitores de casa em casa e fez 556 votos. Agora, visitou os mais conhecidos e fez 1731 votos.
Como peemedebista histórico, recebe muitos votos dos partidários fiéis. Afirma que nunca votou fora do partido a não ser quando o PMDB não concorria nos segundos turnos. Lembra que no primeiro mandato, a Câmara de Chapecó tinha só um telefone e um banheiro, e não tinha gabinete.
Durante sua trajetória Dino disse que foi o autor dos projetos de criação dos bairros Cristo Rei, Alvorada e Eldorado. Neste mandato, pretende trabalhar no auxílio à saúde, creches e acessos nas propriedades do interior. Dino disse que já brincaram que ele devia dar espaço para outras lideranças. Mas ele reluta.
– Só vou sair quando tiver uma liderança forte no meu bairro para me substituir – afirmou.
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Na política, esse é um Dino que está longe da extinção.