Evair Oenning,
Vice-presidente regional Norte-Nordeste da Fiesc
Às vésperas da inauguração da fábrica da icônica BMW em Araquari, vale ressaltar que o Norte catarinense ainda vem recebendo investimentos significativos na área industrial. Dona de uma localização privilegiada, no centro do principal entroncamento logístico do Sul do Brasil, a região contabiliza ainda outras importantes vantagens competitivas para atração de empresas do Brasil e do exterior.
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A despeito da imensa burocracia para liberação de obras e obtenção de licenças ambientais, contrariando a lógica de um setor cada vez mais enfraquecido, e diante de um ambiente de modo geral hostil para novos empreendimentos, investidores da Europa, Ásia e Estados Unidos ainda nos veem como uma região estratégica para apostar no crescimento.
E não precisa ser um expert em economia ou política para entender o porquê deste magnetismo. Diante de um mercado nacional de carência de profissionais e força de trabalho sem capacitação, Joinville e as cidades do entorno desfrutam de boa reputação nesse quesito.
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Nossos empreendedores, há mais de 50 anos, já tinham plena ciência da importância de preparar e capacitar as pessoas e de oferecer a elas dignidade e conforto para que possam executar suas tarefas com tranquilidade e eficiência e para conduzir suas vidas pautadas pela qualidade de vida e pela possibilidade real de ascender financeira e culturalmente.
O valor da educação, do desenvolvimento de tecnologias, da aposta na inovação e na crença da evolução constante sempre foi percebido por essa região de forte colonização europeia, que soube contornar as dificuldades e dotar Joinville e municípios vizinhos de instituições de ensino de qualidade superior e com foco na preparação técnica, prioritariamente.
Boas escolas, cursos técnicos tradicionais e faculdades voltadas para a gestão e para a engenharia receberam ainda o suporte do Sistema S, com instituições como o Sesi e Senai, que contribuem decisivamente para que tenhamos profissionais e gestores acima da média, a ponto de sermos percebidos como uma região que pode dar respostas a altura de montadoras de classe global, com altíssima tecnologia embarcada.
Diante dessa realidade, e da projeção feita por consultoria internacional de que seremos a região de maior crescimento no Brasil nos próximos 20 anos, o que temos que fazer, cada vez com mais senso de urgência, é continuar apostando na educação, na geração do conhecimento e na capacitação técnica e gerencial como grande fator competitivo da região, para que continuemos, a despeito de toda a dificuldade que se impõe a nossa indústria, uma referência em qualidade, em produtividade e eficiência.
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