O Carnaval de 2016 não teve celebração para Valdir Espinosa, atual técnico do Metropolitano, com partida pelo Catarinense em pleno domingo de Carnaval e treinamentos durante a semana, mas o gaúcho gosta da festa. Já desfilou por escolas de samba do Rio de Janeiro em suas passagens pelos clubes cariocas, mas uma que ficou na memória foi em 1984, em Porto Alegre, pela Império da Zona Norte.
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::: Valdir Espinosa leva a vida sem frescuras como morador de Blumenau
– Chegamos em Porto Alegre, Grêmio campeão do mundo em 1983, e eu tinha um amigo que era da escola de samba. Ele perguntou se queríamos desfilar, eu, Renato (Portaluppi, o Renato Gaúcho) e mais alguns. Aceitamos o convite! Chegou o dia e fomos para a casa do Renato esperar a hora do desfile. Nessa tomamos umas e outras e fomos para a avenida. Chegamos lá, mostraram qual era a ala e vamos lá! Desfilamos fantasiados, uma festa. Quando terminou a nossa ala ainda vinham outras alas e outras escolas atrás. Pensamos “isso é muito pouco, vamos voltar!”. E lá fomos nós, a escola indo e a gente voltando no outro sentido. Campeões, todo mundo aplaudindo e a gente lá, voltando para a avenida com as fantasias diferentes de todas as outras alas. Acabou que a escola foi penalizada e rebaixada. Nunca mais nos convidaram.
Confira outras histórias curiosas do técnico do Metrô:
Treinador experiente e também conectado
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– Sempre sou um cara humilde, mas tenho a sua permissão agora para deixar de ser por um instante? Sou o único treinador do Brasil, talvez da América Latina e quem sabe do mundo, com tanto contato com os torcedores pelas redes sociais. Pronto, agora vou voltar a ser humilde.
Com permissão para se gabar, é assim que Valdir Espinosa define sua presença online. Blog, Twitter, Facebook e YouTube. Onde você falar com Valdir Espinosa ele vai te responder:
– Acho importante ter o contato com o torcedor. Se o cara fala comigo, tenho que dar uma resposta para ele. Na folga passava o dia inteiro assistindo futebol. Aí publicava em alguma rede qual jogo estava vendo, o pessoal interagia, perguntava como estava, queria saber a minha opinião.
Em uma época em que jovens ganham a vida como Youtubers, o treinador divulga em seu canal vídeos com análises táticas e histórias do futebol. Conta que tudo começou com histórias escritas no blog, mas que os internautas às vezes duvidavam da autoria dos contos.
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– Comecei a escrever contando historinhas. Isso na época em que treinava o Corinthians, aí teve um torcedor que escreveu lá me xingando. Aí respondi: “amigo, se for pra xingar a gente para por aqui, porque a ideia é ter um bate-papo”. Na hora ele respondeu e pediu desculpas, disse que não sabia que era eu mesmo escrevendo. Dali para frente ele passou até a querer escalar o time. Pra tu veres como é o comportamento do torcedor quando tem liberdade.
As historinhas evoluíram para vídeos caprichados, filmados pela esposa e editados pelo irmão do treinador. O último é de dois meses atrás, pois Espinosa diz que não teve mais tempo depois que assumiu o Metropolitano, mas promete um vídeo novo em breve, o primeiro em Blumenau.
Sem show na beira do campo
A tranquilidade de Valdir Espinosa é visível também durante as partidas. Ao contrário de outros treinadores que ficam os 90 minutos na beira do campo passando instruções aos jogadores, o técnico do Metropolitano prefere aparecer menos.
– O pessoal acha que ficar ali gritando é mostrar serviço, mas não serve para muita coisa. Um jogador vai ouvir e o lá do canto não vai entender nada.
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Ele diz que foi assim desde o começo da carreira, mas, como bom contador de histórias, as câmeras também já renderam um causo na carreira:
– Treinava um time do Rio de Janeiro, não lembro qual, e tinha um amigo que era diretor de novela na Rede Globo. Depois de um jogo ele veio dizer que eu era muito burro, aí perguntei por que, afinal tinha ganhado o jogo. Ele disse “eu tô te vendo na televisão e como tu apareces? De costas! Se posiciona para a câmera, cara!”. Aí nas próximas partidas olhei para onde a câmera estava e fiquei lá, gesticulando. Depois ele elogiou, mas hoje não faço mais isso (risos).