Quando a plebeia Kate Middleton entrou para a família real britânica e se tornou a Duquesa de Cambridge, havia uma certeza: ela teria sua vida privada revirada, suas preferências se tornariam tendências e o mundo selvagem do jornalismo de fofocas a transformaria em seu principal produto.
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Com a publicação das imagens de Kate fazendo topless em uma propriedade privada no sul da França por uma revista francesa e por outra italiana, a vida de celebridade cobra seu preço, e retoma a discussão sobre os limites da exposição pública.
O editor da italiana Chi, uma publicação ligada ao ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, disse que nem uma ligação da própria rainha o impediria de publicar as 18 fotos do casal real. Exceto pelos personagens, as imagens são prosaicas: com pouca definição, já que as fotos foram tiradas a uma distância de no mínimo 500 metros e mostram a duquesa passando protetor solar no marido, o príncipe William. A vida privada do casal foi esfolada por uma exposição pública, instantânea e global dos seios de Kate (de tamanho médio, aparentemente firmes, “praticamente perfeitos”, na análise da revista).
A sequência de fotos é tão comprometedora quanto as publicadas na semana passada pela revista francesa Closer, que pode enfrentar um processo movido pelos advogados da realeza cuja admissão ainda está em análise pela Justiça da França.
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Peripécias da família real não são novidade: no final de agosto, quem varou a internet seminu (as “joias reais” estavam tapadas) foi o irmão de William, Harry. Os filhos parecem seguir a tradição da mãe, a princesa Diana. Se no início a imprensa tratou sua vida como um conto de fadas, mais tarde a relação se inverteu e Lady Di teve a vida devassada – e desgastada. Suas gafes eram apontadas, seus deslizes eram submetidos ao debate público, quase como se ela estivesse involuntariamente em um reality show. Morreu em um acidente de trânsito em 1997 quando o motorista, sob efeito de álcool e antidepressivos, bateu o carro em alta velocidade – fugia, justamente, dos onipresentes paparazzi.
A relação dupla entre a promoção e a destruição de um personagem pela exposição de sua vida pública vem da necessidade de espiar pelo buraco da fechadura a intimidade de uma celebridade. Nem sempre, contudo, as cenas são perfeitas como o espectador desejaria: “de perto ninguém é normal”, lembra a famosa frase de Caetano Veloso.