Eleito para o primeiro mandato na Câmara, o vereador Adilson Girardi (Solidariedade) promete focar seu trabalho no bairro Vila Nova, sua base eleitoral. Sem representante político na legislatura passada, o bairro merece mais atenção, afirma Girardi. Para isso, ele vai encaminhar um projeto de lei para transformar o Vila Nova em distrito, a exemplo de Pirabeiraba. Outro objetivo do parlamentar de 52 anos é acelerar o processo de regularização dos imóveis urbanos e rurais sem escritura pública.
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Qual será o principal projeto que o senhor pretende apresentar?
– Estou preparando dois projetos. Um deles é específico para o bairro Vila Nova, minha base eleitoral; o outro é para a cidade. No Vila Nova, vou propor a transformação do bairro em distrito, assim como é Pirabeiraba. O Vila Nova tem mais de 26 mil habitantes e, pela previsão da LOT, deve alcançar 35 mil pessoas em pouco tempo com base nos projetos e áreas disponíveis para construção. E qual é a principal vantagem de ser um distrito? Entre outros benefícios, poder requerer a instalação de um cartório e, no futuro, dependendo da demanda, de um hospital público. Tem ainda a questão da maior autonomia e força para buscar financiamentos e fazer obras importantes na região. Isso não quer dizer que se pensa em emancipação. É só para ter maior autonomia. O outro projeto é sobre regularização fundiária, uma das minhas bandeiras de campanha. Joinville tem hoje cerca de 40 mil imóveis urbanos sem escritura e, na área rural, outros dez mil. Tem o Projeto Lar Legal na área urbana que já ampara e faz a regularização dos terrenos, mas temos de dar atenção também à área rural. Há vários núcleos urbanos na área rural. A escritura é uma questão de dignidade para o proprietário. Há pessoas que não têm nem o nome da rua ou o número da casa. Com a escritura, o proprietário poderá averbar o imóvel.
Como tem sido a sua adaptação no Legislativo?
– Sou servidor público há 34 anos e, destes, estive oito no âmbito federal, como militar. O que encontrei aqui não é muito diferente do que fazia na Prefeitura em relação à burocracia, ao dia a dia do processo administrativo. Tem algumas mudanças no que diz respeito ao mecanismo, no como se fazem as coisas. O bom é que tudo aqui funciona dentro do mesmo prédio e a gente consegue se encontrar e buscar o que precisa mais facilmente. Na Prefeitura, mais parece um arquipélago, com vários setores espalhados pela cidade. É claro que tem muita novidade e, nesse ponto, a ajuda dos vereadores mais antigos é fundamental. Algumas coisas são novidade para mim e, até me adaptar, vou precisar dessa ajuda. O desafio aqui é dar respostas para quem nos elegeu. Temos a responsabilidade de fazer diferente, até pela grande cobrança que existe, e devolver um pouquinho da credibilidade política. Infelizmente, hoje em dia parece que ser vereador é um castigo. Não é bem assim. É um papel importante e temos de fazer essa mudança.
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Houve uma renovação importante na Câmara nas eleições passadas. Como o senhor interpretou o recado das urnas?
– O que motivou essa mudança, no meu entendimento, foram as redes sociais. Elas transformaram a questão política, deixando o processo mais transparente. Há 15 anos, as pessoas não tinham noção do que acontecia. Aqueles que não assistiam televisão e não liam jornais não estavam informados. Hoje, a política faz parte do cotidiano, está presente no celular, na internet, e a cobrança fica maior. Disso, resultou a renovação porque as pessoas estão mais exigentes, e a falta de um retorno fez com que muitos eleitores optassem por mudar. Existia um clamor na eleição passada e só quem desenvolveu um bom trabalho voltou. Não tenho dúvidas de que, daqui quatro anos, teremos uma nova renovação se não dermos uma boa resposta.
O senhor recebeu uma votação expressiva nas eleições passadas. O que eleitor que o elegeu pode esperar nos próximos quatro anos?
– Na eleição de 2012, fiz pouco mais de 2 mil votos. Esperava fazer 2,7 mil em 2016, e acabei recebendo o dobro de votos. E 80% deles vieram do Vila Nova, que ficou quatro anos sem um representante político. A gente sabe que o vereador é da cidade inteira, mas a gente deve uma resposta para os moradores do Vila Nova. Foi uma surpresa agradável. O eleitor pode esperar muito trabalho, muita seriedade e sinceridade. Nunca vou dizer sim quando a resposta for não só para agradar. Vou falar a verdade. A minha proposta é de trabalhar nos bairros, por meio dos escritórios itinerantes. Toda semana, estarei em um bairro diferente atendendo às pessoas. A fiscalização deve começar na ponta. As pessoas dos bairros sabem onde o calo aperta. E é no meio do povo que surgem as demandas.
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Perfil
Nome completo: Adilson Luiz Girardi.
Local de nascimento: Joinville.
Idade: 52 anos.
Estado civil: casado.
Filhos: Neliana, 26 anos, e Renan, 23.
Grau de instrução: superior.
Formação: Jornalismo.
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* O colunista Jefferson Saavedra está de férias e volta a escrever neste espaço no dia 9 de fevereiro. Sugestões de notas e reportagens no período de ausência do colunista podem ser enviadas para o jornalista Jean Balbinotti pelo e-mail jean.balbinotti@an.com.br ou pelo telefone (47) 3419-2147.