Foi válido o desabafo. Milton Cruz estava pressionado. Mesmo negando, a tensão esteve presente nas entrevistas, antes do jogo e depois da partida, mesmo com a vitória. O Figueirense havia perdido espaço na tabela nas últimas seis rodadas e precisava recuperar este espaço. E Milton estava muito questionado na torcida. Não há como fugir desta análise, mesmo que concorde que é aquela pressão da cultura do futebol brasileiro e que o torcedor muitas vezes só sabe pensar assim.
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Para o torcedor é sempre: “não deu certo? Troca o técnico”. O que evidentemente não tem que ser o caminho do Figueirense nesta temporada. Milton tem méritos, com acertos e erros, mas é quem conduz o Figueirense atual. Sem ele, o futebol do Figueirense perde sua maior referência. Teve peito de deixar Jorge Henrique fora do clássico, contrariando todas as correntes. E de traçar uma estratégia mais defensiva e apostar que iria dar certo.
Só não posso concordar quando disse que a Série B é assim e o Figueirense teve que aprender a jogar neste formato para encarar a competição. Não. O time tem muito mais qualidade que a maioria dos concorrentes e não pode abrir mão desta qualidade para lutar apenas. O Figueirense pode e deve jogar, trabalhando bola. E esta é a tarefa de Milton agora. Recuperada a confiança, fazer o time voltar a jogar com posse e padrão.