O delegado-geral da Polícia Civil em Santa Catarina Aldo Pinheiro D’Ávila estima que o lapso no efetivo da instituição com a saída dos policiais civis aconteça entre setembro e dezembro. Confira os principais trechos da entrevista:

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Diário Catarinense – Por que o senhor não acredita que mais de 250 policiais sairão em agosto?

Aldo Pinheiro D’Ávila – Não se pode precisar o número de policiais que sairão. O que se faz é uma estimativa, porque depende de cada policial. É uma decisão muito pessoal. Mas estamos diante de um marco histórico, onde o governo vai permitir que o policial possa se aposentar sem perder parte do seu salário. Isto deve gerar a saída de um grande número de policiais, mas nós esperamos que não chegue a mil. Muitos policiais ainda não chegaram ao último nível na carreira. Agentes, escrivães, delegados, investigadores e todos os cargos da Polícia Civil têm oito níveis para conquistar em sua trajetória na instituição. Uma boa parte deste grupo que vai poder se aposentar a partir de agosto está no sexto ou sétimo nível. Então, a gente acredita que eles vão seguir na polícia até alcançarem o último nível para se aposentarem em melhor situação.

DC – Já houve saída em massa anteriormente?

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Aldo – Em nenhum outro momento se apresentou uma situação salarial tão favorável para os policiais civis. Mas o déficit deve durar por pouco tempo. Temos concurso aprovado, que deve ser lançado nos próximos dias, com 340 vagas para agente e 66 para delegado. Se tudo correr como previsto, em dezembro vamos estar formando novos policiais. Então, o déficit deve durar entre setembro e dezembro.

DC – E quais serão as consequências deste déficit?

Aldo – Nós vamos ter maiores problemas em plantões de delegacias menores. Nos grandes centros, este problema não vai ser tão grande, pois tem plantão e investigadores, que são na maioria jovens. A região da Grande Florianópolis, por exemplo, não deve nem perceber esta saída dos policiais.

DC – Além do concurso, há outra solução a curto ou médio prazo?

Aldo – Não temos nenhuma outra solução que não seja repor o quadro com concurso público.

DC – Há relatos em Florianópolis de falta de investigação em DPs de bairros, engavetamentos de BOs (boletins de ocorrências) e investigação apenas dos crimes graves e de repercussão. Como fica a PC assim?

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Aldo – Há mais policiais em DPs de bairros de Florianópolis do que em muita cidade do interior do Estado. E não há investigação de crimes graves nestas delegacias, pois estes casos são tratados pelas delegacias especiais.

* Colaborou Diogo Vargas