Marcos Castiel – interino De todo este ataque do Figueirense, cantado em prosa e verso por aí, incluindo a boa fase do Camanducaia, a volta capenga do Aldrovani e debates inconsistentes e filosóficos sobre a importância ou não do Fernandes, apenas um jogador me preocupava. Dão. Muito menos pela sua performance, que vinha sendo importante para o time, mais pela falta do gol, seu companheiro constante na vitoriosa carreira. Dão é um profissional que tem o respeito, quase reverência, dos torcedores do Avaí, que são gratos por seus serviços prestados. E a incompreensão daqueles avaianos que não merecem um segundo de sua atenção. E no Figueira, tinha a paciência daqueles que sabiam valorizar seu futebol e a pressão dos eternos imediatistas de plantão. Noves fora, o importante é que Dão fez as pazes consigo mesmo. Quem ganha, mais ainda, é o Figueirense e sua torcida.

A diferença
Os seis pontos que separam o Figueirense do São Caetano, ou seja, da liderança, são fáceis de se vislumbrar onde se perderam. Três deles estão travados naquele jogo de Pelotas, contra o Brasil, e podem ser recuperados, desde que o Tapetão, ou “forças da natureza”, não impeçam. Os outros foram sepultados justamente na estréia, contra o atual líder, na única derrota do alvinegro nesta competição até o momento.
Malditos empates
Não é preciso ser matemático para perceber que empate não é bom negócio em campeonato cuja vitória vale três pontos. Nesse sentido, é preocupante a síndrome de empates do Avaí na Ressacada. São apenas quatro pontos ganhos em 12 seguidos disputados em seus domínios. Não fosse o Avaí um time de chegada e não conhecêssemos sua eterna garra, acharia que a equipe azurra teria complicado definitivamente sua situação.
Vandeco com razão?
O Vandeco (apelido que o titular desta coluna costuma usar para o Luxemburgo) estaria com a razão em ter levado somente os meninos? A vitória contra a Eslováquia ainda não foi suficiente para mudar minha opinião de que o Luxa deveria ter apostado em Romário. Se o baixinho jogasse, faria a diferença. Mas o padrão de jogo foi bom e, pelo menos, deu um pouco de confiança.
Fraiburgo, levo fé
Alô Fraiburgo. Está matando a pau o trabalho do presidente Davi Rudeck. O patrocínio é da Fisher, empresa sólida e que pode dar bom apoio ao simpático clube da terra da maçã. A coluna recebe relação do grupo atual e numa análise rápida percebe-se coerência na montagem do elenco. Atletas que deram conta do recado no Estadual mantidos, vários jogadores formados na base aproveitados e reforços com currículo aparecem.
Segredo do sucesso
Um total de 53 novos jogadores estrangeiros, que custaram aos cofres dos clubes US$ 285 milhões, irá estrear na primeira divisão do Campeonato Italiano de Futebol, a partir de 1º de outubro. São 18 meias, 18 atacantes, 14 zagueiros e três goleiros. Por nações, pode-se contar 12 argentinos, 10 brasileiros, seis portugueses, quatro franceses, três croatas, dois chilenos, dois paraguaios, dois tchecos, dois espanhóis, dois uruguaios, um turco, um suíço, um irlandês, um nigeriano, um marroquino, um iugoslavo, um chinês e um coreano.
Segredo do fracasso
Enquanto países europeus – como o caso da Itália descrito acima – qualificam seu futebol. Aqui, revelamos craques e os exportamos a rodo. O dinheiro? Se perde nas mão de dirigentes escusos, empresários maquiavélicos, ou se esvai em campeonatos mal organizados e projetos mal pensados. O amadorismo é uma praga que faz do Brasil, cada vez mais, o ex-país do futebol.
Carregado
Maradona bateu seu carro num ônibus, num dos bairros mais humildes de Havana, à meia-noite. É, no mínimo, estranho. O amigo que o acompanhava não teve o nome revelado. Não entendo como os argentinos ousam comparar a Pelé um cara que, com certeza, está mais para Edmundo.
Contra-Ataque
GATO – Perguntar não ofende: só tinha três jogadores com mais de 23 anos na Seleção da Eslováquia? RAPOSA – E por falar em gato, há quem perceba no Wanderley Luxemburgo vestindo abrigo algo de patriota, de espírito olímpico. Para quem está precisando recuperar a imagem maculada por suspeita de falsidade ideológica e sonegação, mais parece jogada de marketing. Afinal, o raposão não era criticado por andar becado demais, beirando a imodéstia? CONSTRANGEDOR – Não deve ser fácil para o narrador Luciano do Valle, da Bandeirantes, agüentar aquelas faixas “Galvão, filma nóis” sendo focalizadas o tempo todo pela televisão australiana. RECAÍDA – Recentemente esbocei um elogio ao profissionalismo do Figueirense. Espero não morder a língua mais cedo do que poderia pensar. Esta mancada de ter que usar esparadrapo na camisa do goleiro numa partida oficial é um vexame que um fornecedor do porte da Umbro não pode deixar passar. BRONCA – Leitor Oscar Vieira está na bronca com a desatenção da dupla da Capital para com o futebol amador da região. Especialmente com as vistas grossas dos dirigentes para o goleiro Ricardo Sá, jovem que foi destaque este ano e, sequer, foi contatado pela dupla. Daqui a pouco vai parar no RJ, SP, PR ou RS. Depois, é chorar leite derramado.

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