A arte de Darci Pereira deixa a maioria das pessoas com os sentimentos divididos: de um lado, o encantamento pela beleza das obras; de outro, a tristeza em saber que elas serão destruídas. Ou melhor, consumidas. O morador de Palhoça, na Grande Florianópolis, faz esculturas em frutas e legumes.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Itajaí e região direto no Whatsapp
Nesta quinta-feira (22), o homem de 66 anos estava em um dos estandes da Exposuper 2023, feira promovida pela Associação Catarinense de Supermercados em Balneário Camboriú que expõe produtos, serviços e equipamentos para o setor. Durante uma entrevista ao vivo ao Jornal do Almoço, na NSC TV, começou a transformar uma melancia em bromélia.
Com a agilidade de quem pratica o mesmo desde os 18 anos, Darci faz parecer que o trabalho é fácil. Por trás, porém, exige algo que nem todos têm: talento. A aptidão foi percebida pelos chefes do idoso quando ele ainda era um jovem aprendiz na rede hoteleira.


Era auxiliar na cozinha de um hotel da capital quando “brincava” de esculpir passarinhos e outros animais nas frutas, que acabavam expostas na mesa de café da manhã dos hóspedes. Assim, foi ganhando espaço com o visível diferencial que tinha. Tornou-se maitre, profissão que desempenhou por muitos anos em alguns hotéis de Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Em paralelo, deu aulas para que outros trabalhadores pudessem aprender a técnica dele. Agora aposentado, vez ou outra viaja para fazer esculturas em eventos como jantares, festas e inaugurações de supermercados.
— Eu faço em argila, madeira, mas nas frutas e legumes é melhor… É mais macio — brinca.

Darci quer diminuir o ritmo e deve parar com os eventos em breve, mas não nega o desejo de voltar para as salas de aula. Gosta da ideia de que mais pessoas aprendam a “ornamentar e levar mais glamour” às mesas, como diz. Para ele, as esculturas conciliam sabor e arte.
