Liderar jovens em fase de formação e profissionais maduros que já ultrapassaram meio século de vida é apenas um dos desafios dos líderes atuais, que devem aprender a lidar com o “conflito” de gerações e tirar o maior proveito disso.
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A Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi) é um exemplo. Com 370 colaboradores em Florianópolis, a instituição estimula a troca de experiências no ambiente de trabalho. Caroline Dalmolin, 21 anos, e Thiago Linhares Fernandes, 22, que são estagiários do Centro de Referência em Metrologia (CMI), compartilham o aprendizado com Arno Bollmann, 70, colaborador mais antigo e atual diretor do Centro Incubador de Empreendedores, Novos Conhecimentos e Ideias Avançadas da Fundação Certi.
Para Bollmann, que atua na capacitação de novos talentos, o contato com os jovens é muito proveitoso.
– Tem o entusiasmo, o idealismo, a coragem e o desprendimento dos jovens universitários que recebemos, além do conhecimento que eles possuem e estão dispostos a compartilhar conosco – afirma.
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Para o superintendente de operação da Fundação Certi, Günther Pfeiffer, a instituição trabalha muito com projetos de inovação e a necessidade de se montar times multidisciplinares é ainda mais presente.
– O jovem tem maior disposição ao risco, está mais aberto para o novo. As pessoas com mais idade têm mais experiência, visão sistêmica e maturidade. Mesclar esses dois perfis ajuda no desenvolvimento da equipe como um todo e tem sido uma experiência muito gratificante.
Para o coordenador do MBA em Gerência de Projetos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Ovidio Felippe Pereira da Silva Júnior, a diversificação é altamente positiva, pois a empresa conta com diferentes pensamentos, abordagens e maturidades. Ele ressalta que para colher bons frutos, os líderes devem respeitar as competências de cada geração.
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– Os gestores devem administrar a proatividade da geração atual com a segurança e o conservadorismo das mais antigas. Isso faz com que se saia da zona de conforto – afirma.
Segundo Silva, os líderes precisam ser flexíveis e rígidos simultaneamente, além de se adaptarem e conhecerem as gerações com as quais trabalham. Outro ponto importante é estabelecer metas e foco nos resultados, principalmente para as gerações mais novas, que são mais ágeis e, ao mesmo tempo, dispersas.
O Doutor em Administração e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marcos Bosquetti entende que para melhorar o resultado de uma organização é necessário aprimorar a conversa, ter uma linguagem específica para cada geração. Quando o líder conseguir administrar isso, o resultado será muito positivo, pois aumenta a “possibilidade de gerar insights”.
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::As gerações
Veteranos
Nascidos entre 1925 e 1945
Enfrentaram crises econômicas e a 2ª Guerra Mundial. Costumam respeitar mais as regras dentro da empresa e são mais conservadores. Ocupam muitas vezes cargos de liderança ou diretoria.
Baby Boomers
Nascidos entre 1945 e 1965
Nasceram na época do salto significativo da taxa de natalidade, por isso o nome baby boomers, que significa “explosão de bebês”. Presenciaram o início da globalização, o movimento hippie e cultuaram o rock and roll. São mais contestadores.
Geração X
Nascidos entre 1965 e 1981
São mais realistas e consumistas. Presenciaram a alta da competitividade no mercado de trabalho e são extremamente focados na carreira.
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Geração Y
Nascidos a partir de 1981
Conhecidos como Millennials, eles têm outra visão de mundo influenciada pela tecnologia da informação e amplo acesso à internet. No trabalho, são motivados por uma causa, um propósito, não pela empresa. São mais arrojados e correm mais riscos.
Fonte: Marcos Bosquetti, doutor em Administração