Não é novidade para ninguém que o cigarro é o principal inimigo da saúde das pessoas. Ele é um grande vilão para todos os órgãos do corpo humano e, como oncologista, preciso falar da urgência que o governo deve ter para implantar mais políticas públicas severas para banir de vez o cigarro da vida da sociedade. Por quê? Simples. Hoje, o tabagismo é responsável por, pelo menos, 30% dos casos de câncer e outras 50 doenças, entre elas as coronarianas, cerebrais e pulmonares. Isso quer dizer que as doenças poderiam ser evitadas, e os custos com tratamentos, que chegam a R$ 20 bilhões por ano, segundo uma pesquisa do Ipea, poderiam ser economizados. Por isso, precisamos conversar mais sobre esse assunto.
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É preocupante pensar que em 2030, daqui a 13 anos, o número de pessoas que vão morrer por fazer uso dessas substâncias possa chegar a 8 milhões no mundo. Esses dados são da Organização Mundial da Saúde, que diz ainda: 6 milhões morreram em 2013 vítimas do tabaco. E sabem quantas pessoas morrem por dia só no Brasil por conta do tabagismo? Mais de 400.
Nas últimas décadas, o número de fumantes até caiu. Mas não são dados que podemos comemorar. É preciso mais, como proibir o cigarro em lugares abertos e fechados. Isso significa diminuir em, pelo menos, 1/3 os casos de câncer e de outras doenças, além de proteger as pessoas da fumaça cancerígena. Esta seria a principal medida em saúde pública no momento.
É comum ouvir na nossa área a defesa dos fumantes: mas doutor, quem não fuma também tem câncer. Sim, todos nós podemos ter câncer! Mas, outra vez, quem faz uso do cigarro sai no prejuízo. Nos últimos anos, a indústria farmacêutica evoluiu bastante. No entanto, as terapias, na maioria, são para tratar os tipos das doenças que atingem quem nunca fumou e, nesse grupo, os resultados tem sido animadores. Já para os fumantes, a quimioterapia ainda é a mais usada. Gostaria de, aqui, deixar um alerta aos jovens, às mães e aos pais desses jovens e a todos os fumantes! Precisamos vencer essa guerra juntos. Pais, afastem seus filhos do cigarro. Vamos mudar as estatísticas negativas!
*Giuliano Borges é médico oncologista em Itajaí
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