O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jöenck, defendeu a participação do cidadão ao lançar, na manhã, desta quarta-feira a Campanha da Fraternidade 2019, que trata de Políticas Públicas.

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— Quando a Igreja propõe esse tema é porque interessa a cada cidadão, a todos nós. A Constituição possibilita a participação direta na gestão dos caminhos da governança. O cidadão não pode ser indiferente. Não basta eleger e cobrar dos governantes — afirmou Dom Wilson.

A escolha do tema pela Igreja Católica é inspirada pelo versículo bíblico: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27)” e tem como objetivo estimular a participação em políticas públicas, “à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade”. Segundo o documento, historicamente, a humanidade superou diversas dificuldades com ações e decisões coletivas, portanto é possível afirmar que a participação é essencial no desenvolvimento das sociedades.

Na Grande Florianópolis, a questão das migrações estará diretamente ligada à Campanha da Fraternidade. A Pastoral do Migrante atendeu a mais de 5 mil pessoas no ano passado.

A Campanha

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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Campanha da Fraternidade 2019, quer estimular a participação de todos em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum. A ação tem início em todo o país na Quarta-feira de Cinzas, 6 de março, e busca mostrar como são formuladas e aplicadas as políticas públicas estabelecidas pelo país.

A Constituição de 1988 possibilitou a participação direta da sociedade na elaboração e implementação de Políticas Públicos por meio dos conselhos deliberativos, que foram propostos por leis complementares em quatro áreas: criança e adolescente, saúde, assistência social e educação.

O tema deste ano impacta diretamente na vida dos brasileiros. A CNBB destaca que falar de “políticas públicas” não é “falar” de “política” ou de “eleições”, mas significa se referir a um conjunto de ações a serem implementadas pelos gestores públicos, por ONGs, voluntários e todos os cidadãos com vistas a promover o bem comum, na perspectiva dos mais pobres da sociedade.

O Papa Francisco afirma que as políticas públicas “nos recordam que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar nosso próximo no corpo e no espírito sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo”. Portanto, participar das discussões e execução das políticas públicas é ajudar a construir uma verdadeira fraternidade e resgatar a dignidade dos irmãos, defende a CNBB.

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