Difícil conter a ansiedade quando chega-se pela primeira vez a Veneza. Com o nariz colado na janelinha do avião, que saiu 45 minutos antes de Roma, fico imaginando como será a cidade dos mil canais, vista de cima. Será que vai dar para ver as pontes? As gôndolas? Os prédios construídos em plena Idade Média? Enfim, lá embaixo, começa a aparecer a água. São várias ilhas sobre o Mar Adriático. Já dá para enxergar os prédios, as avenidas.

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O aeroporto fica na cidade vizinha de Mestre. Para chegar a Veneza, ainda demora mais uns 25 minutos. Pode-se pegar um ônibus que sai do aeroporto até lá (é a maneira mais econômica), ou um táxi. Todos os veículos têm o mesmo destino: o estacionamento da Piazzale Roma, na entrada da cidade. Dentro de Veneza não circulam carros. O único meio para se locomover nas distâncias mais longas são os barcos, dos mais diversos tipos. Mas a melhor forma de conhecer a cidade é caminhando pelas suas ruas estreitas e charmosas.

Na Piazzale Roma a dica é comprar um ticket para o vaporetto, que funciona como um ônibus-barco, pegando e largando passageiros em pontos específicos. São grandes e confortáveis. E, para quem está de férias, tempo não é dinheiro: é puro lazer. Aproveite o barco – que tem uma área interna toda envidraçada, para dias de chuva e para quem não gosta de vento – e comece desde já a desfrutar das belezas da cidade. Difícil não se encantar.

O vaporetto cruza alguns pequenos canais, e a gente começa a entender como a cidade funciona. Tem ruas pavimentadas? A água é escura? As gôndolas passeiam por todos os canais? As perguntas são muitas e, aos poucos, vão sendo elucidadas. Sim, a cidade tem várias ruas e ruelas, que formam um verdadeiro labirinto onde o grande barato é se perder… A água, pelo menos no inverno (fevereiro) é verde, limpa e inodora. Dizem que no verão é diferente. Preciso voltar lá para saber. E isso, com toda a certeza, será um grande prazer.

Cenário de filme

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O vaporetto segue cruzando pelos pequenos canais até que, após uma curva, entra-se no Grande Canal de Veneza. É tudo tão diferente e deslumbrante que fica difícil descrever a sensação. Parece até cenário de filme: dos dois lados do canal, prédios históricos e coloridos abrigam restaurantes, cafeterias, galerias de arte, museus, repartições públicas, cassinos e residências de italianos milionários. Na água, centenas de barcos cruzam nos dois sentidos: é barco-viatura de polícia, de bombeiro, ambulância, barco de entrega de mercadorias de supermercado, vaporettos e gôndolas levando turistas para passeios românticos.

Cidade merece ser apreciada sem pressa

Veneza é uma das cidades mais caras da Itália. Porém, as suas melhores atrações ou são de graça ou custam pouco. Você só gasta muito se quiser – e puder.

O melhor passeio é caminhar, sem pressa nem hora certa para chegar a algum lugar. Distraia-se no caminho com as vitrinas, as feiras livres, a arquitetura dos prédios, os turistas falando em idiomas que você sequer supunha existir. Não resista à tentação provar um sorvete artesanal, entre os melhores do mundo.

Faça uma caminhada noturna também. É simplesmente mágico. Veneza é uma cidade para ser ouvida, além de vista e contemplada. À noite, quando o burburinho de turistas se acalma, o ouvido pode discernir a batida de uma janela que se fecha, as passadas nos degraus de pedra das pontes, as conversas sussurradas, o marulho das ondas e o rangido dos barcos no quebra-mar, a chuva fina nos toldos de lona e o som pesado dos sinos. Acima de tudo, o som de Veneza é a ausência do som de carros.

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Se o dinheiro for pouco, esqueça a gôndola (um passeio de uma hora custa até 100 euros na alta estação). Aproveite o vaporetto, que custa 6 euros. Você pode, também, comprar passes diários. Há restaurantes com preços acessíveis. Muitos oferecem o “menu turístico”:entrada, prato principal e sobremesa, por 15 euros. Ou opte por fatias de pizza, deliciosas.