Economia e história caminham juntas no Centro de Itajaí. É no lugar onde a cidade nasceu que estão algumas de suas maiores riquezas, como a atividade portuária, o comércio, e, mais recentemente, o turismo náutico. Dos gigantescos portêineres, que servem como ponto de referência, à imponência da Igreja Matriz, passando pelo Estádio Hercílio Luz, Itajaí tem um Centro que reúne o que há de melhor em uma cidade em franco desenvolvimento econômico e as delícias da vida no interior.
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Algo de que André Patiño Junior, morador do Centro desde que nasceu, há 75 anos, não abre mão. Convidado pelo Sol Diário para integrar a série Bairro a Bairro falando do Centro da cidade a partir de seu ponto de vista, o empresário diz que a principal vantagem é a proximidade de tudo. Mas não deixa de citar o povo alegre e educado que diz ter conhecido nos 71 anos em que a família mantém a panificadora.
– O Centro cresceu bastante, venho acompanhando essa mudança. Hoje tem muita gente de fora, principalmente com a chegada de grandes empresas à cidade – diz o empresário.
Questionado sobre seus pontos favoritos no Centro, Patiño cita a Rua Hercílio Luz, principal reduto de comércio de Itajaí, e a Praça Vidal Ramos, onde fica a Igreja da Imaculada Conceição. Foi a partir desse ponto, segundo o Atlas Sociambiental de Itajaí, que a malha urbana se expandiu.
Mudanças
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Foi também através do Centro que chegaram à cidade novidades como a luz elétrica e os primeiros edifícios. Na década de 1970, quando declinou a atividade madeireira, que movimentava o porto, Itajaí passou a investir na construção naval e na pesca industrial que ainda mantém, no Centro da cidade, pontos de atracação e desembarque.
O início das atividades portuárias com cargas conteinerizadas, nas últimas décadas, intensificou o crescimento urbano do Centro. Mais prédios surgiram, e o processo de urbanização segue em curso – algo que, na opinião de Patiño, trouxe a reboque um dos principais problemas do coração da cidade:
– Para mim, o que falta no Centro é estacionamento. Antigamente se estacionava tranquilo, hoje não é mais assim. Mas acho que é um problema sem solução. ???
Cercado pela história
Alguns dos mais conhecidos pontos turísticos de Itajaí, como a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e o Palácio Marcos Konder, estão no Centro. Um breve passeio pelas ruas principais desvenda alguns dos casarões mais antigos da cidade, que sobreviveram ao tempo e ao avanço da construção civil.
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Patiño viu de perto a cidade transformar-se ao longo dos anos, e diz que as mudanças na paisagem são algo natural:
– Não houve mudança na forma de fazer roupa, de fazer sapato? Se tudo progride, a cidade também tem que progredir.
O fato é que, nas últimas décadas, Itajaí perdeu algumas das mais antigas construções que se mantinham no Centro – e nem mesmo o tombamento histórico foi suficiente para evitar a deterioração de imóveis como a Casa Mello, demolida no ano passado, e a antiga Fiscalização dos Portos, que pode ser derrubada para ampliação dos berços de atracação.
Ainda assim, o Centro é o principal foco do roteiro turístico histórico de Itajaí. Casarões como o Burghardt, que abriga a Fundação Cultural, Malburg, onde funciona a Receita Federal, e o Mercado Público, são alguns dos exemplos que compensam a visita.
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