Identificar os gargalos mais importantes na área da infraestrutura é o primeiro passo para a definição das prioridades em termos de políticas públicas indutoras de desenvolvimento.
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As fortes chuvas do início do mês afetaram diretamente cerca de 116 mil pessoas na região Oeste em função de alagamentos e inundações. O relatório preliminar da Defesa Civil apontou para um prejuízo estimado em R$ 190 milhões, incluindo setor público e privado, mas o rescaldo das perdas e estragos acabou evidenciando uma histórica deficiência de infraestrutura que compromete o desenvolvimento econômico.
Reportagem de capa de ontem do Diário Catarinense revelou que 20 dias após o fim das chuvas, ainda há interdição total ou parcial em pelo menos nove rodovias federais e estaduais de Santa Catarina, com reflexos negativos significativos para o dia a dia das empresas oestinas. Sem a BR-153, que é uma das principais vias de ligação do Oeste com os Estados do Rio Grande do Sul e do Paraná e cuja situação é considerada mais crítica, o transporte de produtos e de matéria-prima da agroindústrias fica prejudicado – com aumento do custo da logística em até 18%.
O problema afeta a competitividade e deve ser enfrentado com urgência, sob pena de retardar de forma irremediável o crescimento de determinados setores e, inclusive, afetar a balança comercial catarinense. Como bem observou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, a questão principal é a falta de planejamento dos governos, que deixam de efetuar investimentos em infraestrutura pública, vitais para garantir o aumento da competitividade dos produtores da região.
Não se trata apenas de exigir uma solução rápida para permitir um tráfego normal – e seguro – nas rodovias que foram danificadas com as enxurradas recentes, mas pressionar por manutenção constante dessas vias públicas. E, mais do que isso, batalhar por alternativas de escoamento da produção que não fiquem reféns da malha rodoviária.
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Identificar os gargalos mais importantes na área da infraestrutura é o primeiro passo para a definição das prioridades em termos de políticas públicas que sejam efetivamente indutoras de desenvolvimento. Esse é, afinal de contas, um dos papéis cruciais do Estado.