Nesta segunda-feira, a Eletrosul inaugura seu maior investimento em Santa Catarina em geração de energia – a PCH João Borges, em Lages. À frente da estatal desde 2008, Eurides Mescolotto, presidente da estatal, fala ao Diário Catarinense sobre a geração de energia no país e investimentos em Santa Catarina.
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Diário Catarinense – Os investimentos em geração de energia são uma estratégia de crescimento da Eletrosul ou uma necessidade do Brasil?
Eurides Mescolotto – Uma está diretamente ligada à outra. A energia precisa acompanhar o crescimento econômico do Brasil. Hoje não existe nenhuma perspectiva de colapso de energia no país. Para até 2030, existe um planejamento sério e bem aprofundado.
DC – As hidrelétricas são seguras para garantir energia ao país?
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Mescolotto – O sistema hidrelétrico é muito seguro no mundo inteiro. Porém, é finito. No Sul do Brasil, principalmente, os empreendimentos estão terminando porque não há mais onde colocar, assim como na Europa, que está apostando na energia nuclear, o que não é o caso do Brasil.
DC – A saída seria investir em fontes alternativas?
Mescolotto – Outras energias são muito importantes, pois se não tiver, teria que usar diesel. O Brasil tem muita água, muito vento e muito sol, mas a energia eólica, a solar e o biogás não podem ser as primárias e fundamentais do país, pois não há reserva. O sol só aparece por oito ou nove horas por dia e a eólica só funciona quando tem vento. O carvão é importante, e com o avanço tecnológico podemos utilizá-lo de maneira mais sustentável para o mundo e suprir as nossas necessidades.
DC – A energia solar que a Eletrosul está implantando em seu edifício-sede, em Florianópolis, pode virar uma realidade?
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Mescolotto – A energia solar não é competitiva e é muito cara, pois todo o material precisa ser importado. Com experimentos e tecnologia é possível fazer os preços caírem e construir grandes parques, pois o Brasil tem potencial para isso.
DC – O verão está chegando, e quais os riscos para o setor?
Mescolotto – A Eletrosul supre a energia mesmo com a estiagem, mas os distribuidores sofrem pelo alto consumo, pois a carga de determinadas cidades fica muito elevada. Em Florianópolis faltava capacidade de distribuição nos finais de ano. E quando falta chuva é necessário acionar as usinas térmicas, e isso é muito caro.