Mais um partido de ficção apareceu na TV e em ano não eleitoral, com direito ao Fundo Partidário e a negociar “apoios” com os partidos maiores, ano que vem.

Continua depois da publicidade

Os 32 (!) partidos do picadeiro político brasileiro estão na raiz da corrupção institucionalizada. Quanto mais partidos, ou arremedos, mais boquinhas para arranjar. Montando projetos de poder, os partidos reservam os cargos do serviço público como “moeda de troca”.

Humilhante mesmo é o cidadão cumpridor

de leis estar à mercê de bandidos

Como os ministérios (e as secretarias) já chegam a números caricatos, a “saída” é mandar os apaniguados criarem ONGs, onde, além de “emprego”, há a chave do cofre do caixa dois para a campanha de nanicos e associados.

Continua depois da publicidade

O Brasil chegou à perfeição: é o único país do mundo onde as “organizações não governamentais” são “mantidas pelo governo”.

Leia mais as crônicas de Sérgio da Costa Ramos

Há ONG de todo o tipo. As honestas, as oníricas e as românticas. Agora há também as piedosas com criminosos. ONGs que se arrogam zeladoras dos direitos humanos – sem levar em conta os da cidadania. Ameaçam recorrer à Justiça para barrar também a lei que regulamentou o uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar presos provisórios. Alegam caracterização de “maus-tratos” e de “situação infamante”.

Humilhante mesmo é o cidadão cumpridor de leis estar à mercê de bandidos, condenados por crimes hediondos, que, a título de “progressão de pena”, saem da cadeia no Dia da Criança, Dia das Mães, Dia da Vovó ou Dia dos Pais. Com autorização judicial e para nunca mais voltar.

Ora, pena é “pagamento”. Pagar um agravo cometido contra a sociedade não pode ser apenas um rol de direitos, com internet na cela e cama redonda para receber visita íntima. Há que ser também um código de obrigações, a maior de todas sendo a “não delinquência” dentro dos presídios.

Continua depois da publicidade

Para isso há atualmente um único caminho, que, infelizmente, tem sido a exceção: presídios humanos, instalações seguras e condignas, com exercício diário do trabalho industrial, remunerado e articulado com a diminuição da pena, por mérito do apenado.

O que precisamos mesmo é de uma ONG de bons eleitores que transmita aos políticos um recado definitivo:

– Só vamos votar em quem trabalha entre uma eleição e outra. Gente que vive em “campanha” não merece voto nem mandato de representação.