A derrota do Brasil para a França foi amarga e pode custar caro para a seleção brasileira. A canarinha pode ficar fora do mata-mata e se despedir mais cedo da competição, porque só uma vitória contra a Jamaica garante a classificação. Essa não seria a primeira vez que o Brasil voltaria mais cedo para casa. Nas Copas de 1991 e 1995 a nossa seleção se despediu ainda na fase de grupos. Após a atuação decepcionante no último sábado (29), o Brasil tem tempo de estudar a próxima adversária e garantir os preciosos (e necessários) três pontos. Além disso, a seleção também pode aprender com outras equipes nesta Copa.

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Na manhã de domingo (30), a Colômbia jogou uma das partidas mais bonitas da Copa. Contra a favorita Alemanha, as colombianas venceram por 2×1, apresentando um futebol ofensivo, com muito controle do meio campo e jogadoras concentradas. A capitã da Colômbia, Catalina Usme, falou em entrevista que na partida eram 11 contra 11 e que elas estavam na mesma posição. Agora as nossas vizinhas estão com a classificação garantida e podem terminar na primeira posição do grupo H.

Esse pensamento forte e de liderança diante de uma equipe considerada favorita, que tem um elenco melhor, faltou na partida entre Brasil e França. Era perceptível que a nossa seleção estava nervosa, errando muitos passes e sendo pressionada pelas francesas. Podemos aprender com a Colômbia e enxergar as adversárias para além do brasão que defendem. Dentro de campo são 11 contra 11.

Na madrugada desta segunda-feira (31), o Japão teve competência para anular o jogo da Espanha, também favorita na competição. Inicialmente, era esperado uma partida mais equilibrada, mas as japonesas pressionaram e fecharam os passes em diagonal das espanholas, um forte das europeias. Um verdadeiro nó tático de quem estuda o adversário. O Japão venceu a Espanha por 4×0, terminando com a melhor campanha da fase de grupos e só aplicando goleadas.

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Podemos aprender com o Japão a entender o adversário. No sábado (29), a seleção brasileira pareceu se esquecer que o forte das francesas são as bolas paradas e os cruzamentos. O primeiro gol das bleus veio de um cruzamento para Le Sommer finalizar, já o segundo gerou um pouco mais de indignação. Wendie Renard, zagueira de 1,87m e que tem a maioria dos gols da carreira marcados de cabeça, estava livre de marcação na pequena área durante um cruzamento.

Analisando a partida taticamente, no primeiro tempo Geyse marcou a Renard e impediu que a zagueira chegasse a cabecear em um dos escanteios. A atacante brasileira saiu de campo para a entrada de Andressa Alves, que no lance do gol, percebeu um pouco tarde a presença da francesa. Andressa parecia marcar uma outra jogadora.

Na entrevista após o jogo, a zagueira Rafaelle disse que a equipe sabia que era preciso marcar a Renard, mas que falhou naquele momento. A sorte é que o Brasil errou enquanto podia. Agora é não esquecer como joga a adversária durante a partida.

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Por fim, também podemos aprender com a Austrália. Na manhã desta segunda (31), as donas da casa enfrentaram o Canadá e só a vitória as classificariam para o mata-mata. As matildas fizeram mais do que o necessário, venceram a partida e ainda golearam por 4×0 as atuais campeãs olímpicas. A motivação e organização levaram a equipe ao triunfo. A Austrália não era a favorita para o confronto, já que apenas um empate classificaria o Canadá. Mesmo assim, venceram e convenceram os mais de 27 mil torcedores no estádio.

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A Austrália nos mostrou que é possível vencer, e esse é o nosso único caminho no momento. Na quarta-feira (2), o Brasil precisa garantir os três pontos e convencer uma nação inteira de que ainda é possível sonhar com a primeira estrela.

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