Nem sempre desejamos dividir nossas memórias. E é certo que quando elas são dolorosas, cabe ao repórter um delicado desafio. Queria muito me aprofundar no íntimo desses personagens emblemáticos para o cenário artístico de Joinville, que, por coincidência ou destino, quem sabe, morreram no mesmo ano, em 1992. Tanto se fala de suas obras e feitos, mas os homens por trás de tudo e seus últimos dias de vida são incógnitas para quem admirou de longe Harry Laus, Luiz Henrique Schwanke, Hamilton Machado e Mário Avancini.
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Além da dor da perda nos entrevistados, ainda tive o tempo como inimigo. Aliás, são 20 anos completados em 2012. Muita coisa de apagou e outras foram ressignificadas. Meu papel foi tentar reunir um punhado de lembranças e reconstruir parte da história que cada um escreveu ao lado de parentes e amigos.
Eu, que tinha apenas quatro anos quando tudo aconteceu, posso dizer que também me aproximei destas figuras de uma forma muito especial a partir da reportagem. Espero que seus admiradores desses artistas, que, como eu, só tiveram contato com as obras, também construam em seu imaginário o ser humano por trás de sua arte.