Para a décima edição do Festival de Dança, a comemoração tinha que ser grande. Por isso, a organização trouxe quatro companhias de dança oficiais: o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Balé da Cidade de São Paulo, o Balé do Teatro Guaíra e a Cia. de Dança Palácio das Artes.

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O Balé do Teatro Castro Alves também foi convidado, mas não pôde comparecer porque estava em turnê pelos Estados Unidos. Convidar os principais balés foi uma decisão do conselho artístico e da comissão local.

– Nós queríamos valorizar as nossas companhias, as nossas produções, por isso chamamos as que mais se destacavam. Foi uma noite muito linda – lembra a ex-coordenadora-geral Albertina Tuma.

Para ela, no entanto, ainda mais brilhante foi a apresentação que Cecília Kerche fez ao lado do bailarino argentino Maximiliano Guerra, que apresentaram o balé “Diana e Achteon” na noite de abertura.

– Foi um dos momentos mais lindos que eu já vi no festival, nos meus 12 anos de coordenadora. Foi um show à parte, eles pareciam dois pássaros voando – afirma Albertina.

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Também neste ano, a coreógrafa Maria Estrela recebeu pela primeira vez o Troféu Transitório. À frente da Cia. de Dança Rio, que dançava no festival desde 1984, ela sempre via seus bailarinos saírem premiados.

– Nós queríamos muito este prêmio e eu lembro que passei um ano com ele guardado no pote, com medo de perder ou que roubassem – conta ela.

Você sabia?

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) cedeu a exposição “As Bailarinas”, do francês Edgar Degas. As 11 obras foram destaque naquele ano no Museu de Arte de Joinville.

A coreógrafa Maria Estrela foi para casa com um Troféu Transitório, mas antes teve que socorrer um grupo de bailarinas que se empolgaram com o chucrute e o salsichão de Joinville e depois, de sobremesa, devoraram muitos chocolates. Depois disso, as meninas passaram por uma dieta de hospital que as deixou ainda mais preparadas para dançar e vencer o festival daquele ano.

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Faziam sucesso nessa época as barraquinhas em frente ao Ivan Rodrigues, para onde os bailarinos e o público corriam para se alimentar. Em 1992, um pasteleiro criativo pendurou a plaquinha: “Capacidade máxima: dez cotovelos”.