A fumaça que tomou conta da região deve servir de alerta para
uma preparação mais estruturada de quem administra este tipo de
armazenamento e para fiscalização eficiente.
É um alívio que a espessa nuvem de fumaça nascida num depósito privado da aprazível São Francisco do Sul tenha sido apenas um susto. Tranquiliza saber que tão impactantes imagens não tenham causado mortes nem vítimas graves. Passado o susto inicial pelo acidente ocorrido próximo ao porto, no Litoral Norte de Santa Catarina, é hora de agradecer pela ausência de vítimas fatais, mas também é hora de cobrar respostas mais objetivas e consistentes sobre o ocorrido.
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A fumaça que tomou conta da região e ontem ainda ameaçava se alastrar Paraná adentro deve servir de alerta para a necessidade de uma preparação mais estruturada de quem administra este tipo de armazenamento e de uma fiscalização eficiente sobre o manuseio e acondicionamento de produtos perigosos. A população precisa ter segurança de que empresas privadas e o poder público tratam o assunto com a devida relevância e de modo que lhe garanta segurança.
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As informações desencontradas durante toda a quarta-feira – que passaram por dúvidas sobre o que teria causado o acidente, qual o tipo de substância envolvida e divergências de toda a ordem sobre eventuais efeitos à saúde – reforçam a crença de que o país não está suficientemente preparado para lidar com acidentes desta especificidade.Ilustrativo disso é o fato de que os próprios homens envolvidos na operação de combate não sabiam, a princípio, como conter a propagação desse tipo de fumaça, causada por uma reação química e não propriamente por fogo.
Sabendo da movimentação desses produtos nos contêineres dos armazéns e dos eventuais riscos, não caberia tanto ao poder público quanto ao setor privado garantir suportes ágeis para casos emergenciais como este? É inadmissível que instalações sujeitas a riscos não disponham dos equipamentos necessários para conter explosões num local que reúne substâncias como o nitrato de amônia, o fosfato de amônia e o cloreto de potássio.
Diligentemente, o governador Raimundo Colombo viajou ontem mesmo à cidade portuária para conferir de perto a situação e os reflexos do acidente. Agiu com a urgência e a sensibilidade que o cargo requer. Espera-se que a presença do chefe do Executivo seja o fator inicial para a montagem de um novo processo de monitoramento e de fiscalização dessas atividades. Santa Catarina não precisa passar mais por sobressaltos desta natureza.