As notas fiscais dos gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo foram divulgados nesta segunda-feira (23). As informações foram levantadas pela agência especializada em dados da Fiquem Sabendo. Os documentos mostram gastos com produtos como picanha, filé mignon, camarão e leite condensado. As informações são do O Globo.

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O levantamento também mostra notas fiscais de compras de medicamentos feitos no cartão corporativo da Presidência. Os dados apontam que o governo do ex-presidente adquiriu produtos para o tratamento de depressão e ansiedade — como Rivotril —, para problemas de pele e gastrite. As informações foram antecipadas pelo Estadão.

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O cartão pode ser usado na compra de comida e medicamentos. Bolsonaro, no entanto, disse em lives semanais que não usava o método de pagamento para consumir este tipo de alimento durante o governo.

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Os documentos mostram, ainda, que o cartão corporativo de Bolsonaro foi usado para comprar picanha em pelo menos 68 oportunidades. Em 30 de março de 2019, por exemplo, foram gastos R$ 743,26 na aquisição do corte. Há ainda 23 compras de pacotes de camarão, 21 de bacalhau e 34 de Nutella.

O governo de Bolsonaro também usou o cartão para pagar despesas com farmácias. Nos dados revelados nesta segunda-feira, é possível ver a compra de remédios como azitromicina (antibiótico), esomeprazol (para úlcera gástrica) e Rivotril (para transtornos de ansiedade).

A agência de dados conseguiu verificar os documentos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Há 10 dias, o Fiquem Sabendo já tinha disponibilizado os gastos totais por nota fiscal. Mas por meio de um recurso, teve autorização a acessar as notas com as despesas discriminadas.

Como só há cópias físicas das notas, apenas parte dos documentos foi digitalizada. São cerca de 2,6 mil páginas escaneadas, o que representa 20% do total.

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“Neste primeiro momento, tivemos acesso às notas mais recentes, do último mandato, mas já estamos em busca das anteriores”, diz a entidade. “A abertura das notas em transparência ativa, ou seja, no site oficial do governo, é uma solicitação que nossa equipe vem fazendo à Presidência ao menos desde 2019, quando liberamos, pela primeira vez, os gastos do cartão de Temer, Dilma e Lula”, acrescenta.

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