Em poucos dias, o governo de Santa Catarina passou a administrar não só a crise na saúde, devido à pandemia do novo coronavírus, mas, também, uma crise política. Em coletiva de imprensa no final da tarde desta sexta-feira (8), o governador Carlos Moisés da Silva admitiu que há secretários do Estado insatisfeitos com os últimos acontecimentos – que envolvem uma polêmica compra de respiradores – e falou, embora sem dar detalhes, sobre as crises que têm administrado no governo estadual.

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Ao responder questionamentos, Moisés disse que o secretário de Estado de Administração Jorge Tasca conversou relatou suas insatisfações a ele, mas negou que o chefe da pasta tenha comentado em deixar o cargo.

– Conversei com Tasca sobre algumas coisas importantes, sobre propostas de modificação de fluxo de trabalho para que a gente pudesse ter mais segurança, mais garantia de tudo que faz, mas o governo está bem coeso, mantemos unanimidade em tudo, todos são bem maduros e autônomos e têm liberdade para trabalhar – disse o governador.

Também falou que em 30 anos no Corpo de Bombeiros nunca "apagou tanto incêndio” como nesse tempo de trabalho no governo estadual:

– Aqui a gente apaga incêndios diariamente, isso é da rotina. Todo plano que a gente faz, acaba ruindo ou sendo fragilizado ao primeiro contato com o inimigo e o coronavírus desestruturou muitas pessoas, muitas áreas de atividade, muita tensão no ar, tanto no setor que produz, tanto no governo.

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“A deficiência de diálogo promoveu essa crise”, diz Paulinha, líder do governo na Alesc

Na mesma fala, ainda acrescentou que, em meio aos atritos trazidos pelo momento que se vive, “uma das virtudes de quem está à frente do trabalho público é se manter estável e firme no propósito”, que, segundo Moisés, neste momento é salvar vidas.

– A responsabilidade do governo, hoje, é interferir na vida privada, é invadir a vida privada, na sua rotina, a liberdade de ir e vir e é esse o apelo que tenho feito a todos os nossos secretários, para se manterem firmes nesse propósito – concluiu.

Críticas à imprensa

Moisés já havia criticado a imprensa na mesma tarde, porém a um grupo de empresários. Durante a coletiva responsabilizou a imprensa pela "exposição excessiva" sobre a aquisição dos respiradores adquiridos para tratamento da Covid-19 em Santa Catarina e afirmou que "houve precipitações na abordagem do assunto".