O número de roubos em Chapecó, maior cidade do Oeste de Santa Catarina, deu um salto entre os dois últimos anos. Dados repassados pela Polícia Militar apontam um aumento de 43% nos casos entre 2015 e 2016. No ano retrasado, houve 503 crimes na cidade. No passado, foram 719. O centro da cidade e o bairro Efapi, as duas regiões mais populosas, são as áreas onde mais ocorreram roubos. Juntos, carros, motocicletas e celulares correspondem à maioria de objetos levados pelos assaltantes.
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Também aumentaram os roubos praticados contra pessoa. Historicamente, esses casos ultrapassam os números de roubos ocorridos em comércios e em residências, mas entre os dois últimos anos houve um maior de 68%. Enquanto em 2015 foram 291 pessoas roubadas, no ano passado a polícia contabilizou 491.
O tenente-coronel da Polícia Militar de Chapecó, Ricardo Alves da Silva, atribui o aumento de casos ao crescimento da população que circulou na cidade nos últimos meses do ano. Segundo ele, a tragédia com a Chapecoense fez com que o município recebesse um fluxo maior de pessoas, incluindo jornalistas e torcedores de diversas partes do Brasil e do mundo.
Levando em consideração que o acidente aéreo ocorreu no fim de novembro, os números de roubos em dezembro não apresentam uma explosão em relação aos demais meses do ano. Nos 30 últimos dias de 2016 foram 73 casos, o que corresponde a pouco mais de 10% do total.
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Questionada, a polícia também atribui o crescimento ao aumento do consumo de drogas na cidade, que segundo o coronel, são crimes diretamente ligados.
— A atratividade que Chapecó teve nos últimos meses, relacionado com consumo de drogas, são os principais motivos do aumento de roubos — afirma.
A PM ressalta que dos roubos consumados, cerca de 50% tiveram seus autores reconhecidos e detidos. A reincidência, porém, trabalha na contramão, segundo a polícia.
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— Muitos são presos e logo depois estão na rua roubando novamente — acrescenta o coronel.
“Rede de Vizinhos” e orientação a empresários
Para que em 2017 esses números não continuem crescendo, a Polícia Militar planeja implantar dois programas de segurança. O primeiro deles, intitulado “Rede de Vizinhos”, contará com o apoio da tecnologia para identificar autores e evitar roubos.
— Vamos escolher alguns bairros e cadastrar moradores que farão parte de um grupo de Whatsapp, administrado por um policial que reside na mesma localidade. Haverá troca de informações sobre crimes pelo grupo e o policial poderá acionar, rapidamente, uma viatura para realizar rondas – explica.
Segundo o coronel Ricardo Alves da Silva, serão definidos critérios para que os moradores possam fazer parte do grupo de Whatsapp, entre eles, não possuir antecedentes criminais.
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Já em relação ao comércio, a polícia programa ações de orientações aos empresários, o que inclui reposicionar os caixas das lojas ao fundo, tornando os estabelecimentos menos suscetíveis ao crime.
— A maioria dos roubos e furtos praticados na cidade são crimes rápidos e com um ou dois agentes. Não são quadrilhas, são indivíduos que usam facas ou uma ou outra arma de fogo para ameaçar. Se o comércio estiver mais orientado, a probabilidade de o roubo acontecer vai diminuir — conclui o coronel.