A velocidade mais lenta da economia fez com que o número de projetos empresariais beneficiados com o capital estrangeiro no Brasil diminuísse em 2012. Pesquisa da consultoria britânica fDi Intelligence mostra que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) alocado no mercado brasileiro foi direcionado a 432 empreendimentos no ano passado. O número é 14% menor que o registrado em 2011. O levantamento mostra que 3,7% dos projetos financiados com o IED no mundo estão no Brasil.
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O estudo realizado pela consultoria diz que o crescimento mais fraco de algumas economias reduziu o interesse estrangeiro e, por isso, o volume de projetos pagos com o capital estrangeiro diminuiu em muitos países. O documento cita nominalmente a Europa, Japão e Brasil como exemplos desse crescimento econômico “sem brilho” que está por trás da retração do IED.
Entre os empreendimentos que receberam capital estrangeiro no Brasil, a pesquisa destaca apenas um: a nova fábrica da italiana Fiat na cidade de Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco. Segundo a consultoria fDI, a nova unidade receberá investimento total de 2,3 bilhões de euros e deve gerar 4,5 mil empregos. Atualmente em construção, a segunda fábrica da montadora Fiat no País ficará a cerca de 60 quilômetros do Recife.
Após alguns anos de crescente interesse estrangeiro pelo país e forte crescimento dos volumes de IED, a pesquisa da fDi Intelligence diz que “o Chile substituiu o Brasil como a estrela no desempenho” da América Latina. Ao contrário da queda de 14% no número de projetos financiados com IED no Brasil, o Chile registrou aumento de 25% no ano passado.
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Na região, apenas o Chile viu aumento do IED em 2012. O estudo destaca o crescente fluxo de recursos para empreendimentos chilenos ligados às energias renováveis pelas “excelentes condições para a energia solar e a eletricidade que são demandas do setor de mineração”.
Na América Latina, apesar da queda, o Brasil ainda lidera a atração de IED com quase dois quintos de todos os projetos. Dos empreendimentos beneficiados com capital estrangeiro na região, 38,7% estão no Brasil e 21,8% no México, com 244 projetos. A Argentina, por sua vez, registrou queda de 45% e terminou o ano passado com 77 negócios financiados com dinheiro do exterior.