– Estamos desesperados, mas não perdemos a esperança, há sinais de que sob os escombros há pessoas com vida – disse nesta segunda-feira à AFP Laura Taco, diante do hotel Royal, em Pedernales, onde sua cunhada e sua sobrinha estavam quando ocorreu o terremoto que sacudiu o oeste do Equador.
Continua depois da publicidade
Até às 18h58min (21h58min Brasília) de sábado, o Royal era um hotel de cinco andares com piscina, mas em um minuto foi reduzido a um monte de escombros, como quase toda cidade de Pedernales, na costa do Pacífico, convertida no marco zero do terremoto que deixou mais de 413 mortos e 2 mil feridos.
Leia mais:
Forte terremoto deixa dezenas de mortos no Equador e é sentido no Peru e na Colômbia
Número de mortos sobe para oito em tornado no Uruguai
Continua depois da publicidade
Chuva provoca alagamentos na região sul do Estado
Já se passaram 48 horas desde o tremor, mas familiares de quatro pessoas que estavam no hotel seguem acreditando em um milagre. Segundo os protocolos internacionais, as primeiras 72 horas são decisivas para se encontrar sobreviventes.
– Não se comunicaram conosco e temos certeza de que estão aqui porque o carro está lá atrás, no estacionamento – disse Taco, com o olhar fixo no trabalho dos socorristas, enquanto a chuva cai e dificulta ainda mais as operações.
Os dois estão diante do hotel após percorrer, sem sucesso, o necrotério montado no estádio de futebol, os hospitais de campanha e vários albergues.
– Fizemos uma verificação dos corpos e não encontramos nossos parentes – assinalou Taco.
Uma funcionária do hotel revelou ao casal que viu seus parentes na piscina pouco antes do terremoto.
– Acreditamos que saíram da piscina e subiram para o quarto antes de ocorrer o terremoto – disse Taco.
Continua depois da publicidade
Sinais de vida
A sobrinha e a cunhada de Taco faziam parte de um grupo de quatro pessoas que havia chegado de Quito de férias.
“Encontramos o prédio destruído. Nos disseram que há sinais de vida e isto nos deu esperanças”, disse Taco.
Seu irmão, pai da menina, também acompanha atentamente o trabalho dos socorristas, mas em silêncio.
As equipes de socorro, que contam com a ajuda de 16 bombeiros colombianos, utilizam um scanner capaz de captar as batidas de um coração sob os escombros.
O tenente Ricardo Méndez, comandante da equipe de bombeiros, confirmou que foram detectados sinais de vida sob os escombros do hotel, que fez um giro de 90 graus antes de desmoronar.
Continua depois da publicidade
Com o auxílio de escavadoras mecânicas, os bombeiros colombianos conseguiram abrir um estreito buraco por onde desceram os socorristas, que chamam por sobreviventes.