A democracia partidária aflorasó nos momentos de eleição. Pelo menos isto é o que demonstra o número de filiados a partidos em Joinville. No comparativo de março de 2012 para março de 2013, mais de duas mil pessoas deixaram suas siglas. Eram 38,16 mil e passaram para 36,07 mil segundo levantamento feito pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC). O número representa uma queda de 5,47%. Nem os maiores vencedores da última eleição escapam na perda de filiados.
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O PMDB, que viu o empresário Udo Döhler chegar ao comando da Prefeitura de Joinville e elegeu a maior bancada do Legislativo, com quatro vereadores, teve a maior queda entre os partidos que têm mais de mil filiados. Enquanto viu sua representatividade aumentar, a sigla teve uma queda de quase mil adeptos – em março de 2012, eles somavam 7,2 mil. Agora, passaram para 6,3 mil.
Mesmo com a queda registrada pelos dados apurados pelo TRE-SC, o presidente do PMDB em Joinville, Cleonir Branco, diz que não constatou uma diminuição no número de filiações.
– Não recebemos nenhuma informação do TRE, mas sabemos que há muitos casos de filiações duplicadas, o que poderia causar essa diminuição, mas não fomos comunicados -, diz.
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Segundo ele, o PMDB local ainda trabalha como o número de 7,6 mil filiações, que teria sido registrado pelo TRE em outubro de 2012, durante as eleições municipais. De qualquer forma, o peemedebista planeja ações contínuas, aproveitando o comando da Câmara e a maior bancada no Legislativo, para conquistar mais aliados.
Faremos ações mensais em busca de novas filiações -, diz.
O PSDB, que mantém o posto de maior partido joinvilense em número de adeptos, também registrou queda no período de um ano. Dos mais de 8,89 mil filiados, o partido teria perdido mais de 450 apoiadores.
O vereador e presidente da sigla em Joinville, Maurício Peixer, usa argumento semelhante ao do PMDB.
– Tivemos casos de duplicações de filiações. Faremos reuniões nos bairros, em que os suplentes de parlamentares terão que filiar pessoas, até para eles terem mais chances em 2016 -, avalia.
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Mas a rotina de perda de filiados não ocorre apenas entre as duas maiores siglas joinvilenses. Todos os dez partidos que têm, mais de mil adeptos viram pessoas pedindo a desfiliação ao TRE-SC.
Interesses e ideologias em jogo
A queda no número de filiados é um processo natural e sazonal. Esta é uma das constatações do cientista político Eduardo Guerini. Segundo ele, a queda no número de filiados expõe duas situações complementares.
De um lado, há a perda de consistência ideológica. Do outro, o movimento sazonal das eleições, que motiva o aumento de filiados às vésperas do pleito e cai em períodos posteriores, quando os que viram seus partidos perderem deixam a sigla, ou, em partidos vencedores, por não terem sido indicados para cargos públicos.
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– As pessoas se filiam por interesses. Passado o pleito, não há motivos para ficar, ao menos que seja um indicado para cargo público. No ano seguinte, com eleições, o número tende a crescer -, explica.