As empresas americanas eliminaram 491 mil postos de trabalho em abril, um número que, apesar de ser alto, é 30% menor que a do mês anterior, o que pode ser um indício de que o pior momento para o mercado de trabalho dos EUA já passou.

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A empresa de análise Automatic Data Processing (ADP) informou nesta quarta-feira que, só no setor dos serviços, o número de empregos caiu em 229 mil entre março e abril, enquanto, no de produção de bens (incluindo construção e manufatura industrial), caiu em 262 mil.

Com este, já são 38 meses consecutivos nos quais a ADP registrou uma queda do emprego, mas a baixa de abril é 30% inferior à de março e representa um ponto de inflexão em relação a meses anteriores, quando o mercado de trabalho foi mais afetado pela recessão econômica e pela queda do consumo nos EUA.

Os dados publicados hoje reforçam a tese de alguns analistas de que a recessão vivida pelo país pode acabar no final deste ano. Por isso, serão observados com grande atenção os dados oficiais a serem divulgados pelo Departamento de Trabalho na próxima sexta-feira e que incluem também os empregos do setor público.

Os analistas consideram que os dados mostrarão um aumento da taxa de desemprego atual, que está em 8,5%.

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A fragilidade do mercado de trabalho americano também foi evidenciada hoje nos dados divulgados pela firma Challenger, Gray & Christmas, que refletem uma queda no número de demissões pelo terceiro mês consecutivo. Segundo seus cálculos, em abril, foi anunciada a perda de 132,59 mil postos de trabalho no país, principalmente por parte de organizações sem fins lucrativos, entidades públicas e empresas do setor automobilístico (onde ocorreram um em cada cinco cortes). Esse número é 12% inferior ao de março e o mais baixo desde outubro, mas, comparado com o de abril de 2008, as demissões aumentaram 47%.