A redução das despesas estruturais das empresas e o incremento de networking no dia a dia dos colaboradores são alguns dos fatores que têm aumentado a procura por ambientes compartilhados de trabalho ao longo do último ano em Joinville. Conhecidos como coworkings, esses espaços ganham destaque na cidade e o número de unidades mais do que dobrou em relação ao ano passado, passando de oito para 19.

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O município ocupa a 12a colocação entre as cidades brasileiras com maior número de coworkings e representa 21% dos espaços existentes em Santa Catarina. Atualmente, são 88 unidades no Estado, que ocupa a quarta posição no ranking nacional.

A crise econômica pode ter sido um dos fatores que contribuíram para o aumento no número de espaços compartilhados. O idealizador do Treecom Coworking, Jonas Tilp, entende que em função de muitas empresas tradicionais terem feito enxugamentos no quadro de funcionários por causa da crise, houve a oportunidade das pessoas, antes em corporações, irem ao mercado. Elas decidiram não se colocar mais no papel de empregado e passaram a ser empreendedores.

Mudança da matriz econômica

Já para Carina Schelbauer, gestora das duas unidades do CO.W Coworking na cidade, o aumento dos espaços compartilhados também mostra um pouco da mudança da matriz econômica da cidade e da cultura das empresas. Segundo ela, a busca tem sido para sair da rotina e buscar um local de inovação, moderno e com oportunidade de networking.

— Hoje em dia, as empresas não estão mais apenas focadas no funcionário bater o cartão, trabalhar e ir embora. Elas querem que ele tenha satisfação e vontade de ir para o trabalho — explica.

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O engenheiro de controle e automação, Rodrigo Conte, 35 anos, foi um dos funcionários de uma empresa de desenvolvimento de softwares e soluções para engenharia que deixou um ambiente tradicional para migrar para um coworking de Joinville.

Ele trabalha há dois anos e meio hospedado dentro de um coworking após saírem de outro endereço. A ideia inicial era montar o próprio escritório, porém viram que seria caro demais. A solução foi optar por um espaço compartilhado.

— Foi uma quebra de paradigma para a gente e tem sido uma experiência bem válida. Vimos que a motivação do pessoal aumentou, mas também temos de cuidar com a distração quando tem muita gente de outras empresas também — conta.

Opção mais barata e prática

Para atender a essa demanda, os coworkings oferecem ambientes privativos ou compartilhados, de acordo com a necessidade dos clientes. Além disso, costumam ter salas para reuniões, espaços para convivência e outros atrativos para proporcionar uma experiência diferente das empresas tradicionais.

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Os clientes são desde autônomos e empreendedores até micro, pequenas, médias ou grandes empresas.

Segundo Carina, principalmente as pessoas que estão empreendendo e abrindo novas empresas não querem mais se incomodar com internet e contas de aluguel, condomínio, luz e toda a manutenção do espaço físico. Nesse contexto, o coworking se apresenta como uma opção mais barata e prática.

— Ficar procurando um espaço, montando e colocando os móveis faz você perder tempo do trabalho. No coworking, o foco é no trabalho e o restante é com a gente — explica.

O CO.W Coworking, por exemplo, funciona todos os dias durante 24 horas, com acesso direto aos membros, conforme o plano contratado. Há regras internas de convivência que devem ser respeitadas por todos e opções de lazer, como mesa de sinuca e happy hour mensalmente.

Além disso, os modelos de contrato são digitais e flexíveis. É uma maneira de facilitar para quem quiser deixar o coworking ou crescer o negócio, com possibilidade de aumentar o espaço físico para os clientes. Atualmente, as unidades coordenadas por Carina atendem 150 clientes de vários segmentos, como arquitetos, engenheiros, consultores e advogados.

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