O retorno da fiscalização eletrônica de velocidade ao trânsito veio acompanhado de uma redução no número de acidentes com vítimas registrados pelo Seterb.
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Desde outubro de 2014, quando radares móveis e lombadas eletrônicas começaram a flagrar infrações, até 31 de janeiro deste ano, ocorreram 461 colisões que deixaram pessoas feridas ou mortas, 13% a menos que no mesmo período de 2013 para 2014. Em números absolutos, são 69 chamados a menos à Guarda Municipal. O número é animador, mas a fiscalização mais rígida parece não ser o único fator de redução.
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Em primeiro lugar, porque já havia ocorrido uma redução de 16% no ano anterior, quando não existiam redutores de velocidade nas ruas. Em segundo, porque a paz no trânsito varia conforme a via em questão e o tipo de equipamento usado. Um exemplo é o radar móvel: nas 10 ruas em que o equipamento foi aplicado com mais frequência – o Seterb divulga uma lista de locais todas as semanas – o número de acidentes aumentou 4,8%. Apesar do custo para o município – R$ 69 mil ao mês – as lombadas eletrônicas têm os melhores resultados, de acordo com as estatísticas do Seterb.
O Santa comparou os registros de colisões em 12 ruas que contaram com um ou mais equipamentos durante os meses de dezembro e janeiro inteiros (veja gráfico abaixo). Em relação a 2013/2014, a queda é de 26,6%.O diretor de Trânsito do Seterb, Fábio Campos, explica que o número de acidentes com vítimas caiu devido à redução da velocidade nas vias, mas o que soa como alerta para a autarquia é o número de multas:
– Com a redução da velocidade na via, o número de vítimas caiu, mas ainda não é o ideal. Percebemos que há mais condutores sendo notificados. Em dezembro foram 2.249 e em janeiro deste ano, 2.430. Sabemos que é preciso ir além da fiscalização.
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Para a especialista em trânsito e coordenadora do Movimento Internacional Maio Amarelo em Santa Catarina, Márcia Pontes, a queda no número de colisões em Blumenau ainda não é o suficiente para comemorar:
– A humanização do trânsito é um ponto crucial. Ok, diminuímos a velocidade em 36 pontos da cidade. E nas outras ruas? Hoje o motorista reduz a velocidade na lombada e depois acelera. Quando não vê a fiscalização, o condutor anda fora do limite.
O que surpreende nas estatísticas é o número de colisões nas vias com menor movimento e que não contam com fiscalização eletrônica de nenhum tipo – de 426 para 352 (17,4% a menos). Campos avalia que a redução nestes pontos pode ser um primeiro reflexo de campanhas educativas, notícias de acidentes fatais e até mesmo a colaboração da mídia em debater o tema.
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– Além da fiscalização eletrônica e campanhas, é preciso diminuir a velocidade em mais pontos. Faixas elevadas podem ser uma forma de amenizar a velocidade em transversais. Até o fim do ano, teremos outras nove lombadas em Blumenau – afirma o diretor de Trânsito do Seterb.