Assim como o governo brasileiro, o governo mexicano tem sido sistematicamente espionado pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês), há anos. Divulgadas neste domingo pela revista alemã Der Spiegel, as últimas revelações de Edward Snowden, ex-analista da agência, mostram que o e-mail público do ex-presidente do México, Felipe Calderón, foi acessado, e que a NSA descobriu muito sobre a legislação e o sistema político do Brasil.
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Uma divisão chamada Tailored Access Operations (Operações de acesso adaptado, em tradução livre, TAO na sigla em inglês), que desenvolve métodos especiais para alvos qualificados, o e-mail de Calderón continha “comunicações diplomáticas, econômicas e políticas que continuam a oferecer conhecimento sobre o sistema político do México e sua estabilidade interna. Para a NSA, o escritório do presidente podia ser classificado como “uma fonte lucrativa.
A operação, batizada de Flatliquid, é descrita em um dos documentos vazados por Snowden, e deve abalar as relações entre os dois países.
Em nota, a Chancelaria do México condenou toda forma de espionagem de cidadãos mexicanos e disse que o monitoramento viola a lei internacional. Peña Nieto afirmou tratar-se de ato ilegal e disse que seu governo exigiu uma investigação. A Escola de Governo John F.Kennedy, de Harvard, da qual Calderón é membro atualmente, não comentou o caso.
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Especialistas, porém, alertam para a possível deterioração das relações: há um mês, uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, revelou que o atual presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, também foi alvo de espionagem quando ainda era candidato ao cargo.