Há quem pense que os dias de glória do rock ficaram para trás. Mas se depender dos garotos da Novos Vintages, de Rodeio, isso jamais vai acontecer. Campeã do 11º Festival Universitário da Canção, Cultura e Arte (Fucca), que encerrou sábado no Setor 3 do Parque Vila Germânica, em Blumenau, a banda formada pelos amigos Anderson Zanella, Giva Dias, André Raimondi, Matheus Sampaio e Victor Dalferth impressiona pela pegada de rock’n’roll antigo, visual hippie e performance vibrante:

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– Eles contagiaram o público com uma performance impecável, original e muito autoral. Acho que a vitória foi mais do que justa – diz o músico blumenauense Mazin Silva, um dos jurados do evento.

::: Primeira noite de festival teve oito bandas e show com Jota Quest

A Novos Vintages subiu ao palco do Fucca sábado para defender as canções autorais A Estrada e Passarinho – esta última coroada como a grande vencedora da competição, com 272,7 pontos. As roupas com ares setentistas e a atitude energética do vocalista Anderson Zanella chamaram a atenção do público e dos jurados, que vibraram juntos com o anúncio da vitória. Pouco antes do show de encerramento do festival, que ficou por conta da banda Detonautas, o líder da Novos Vintages abraçou os colegas e fez questão de falar da cidade onde a banda nasceu:

– Conquistamos um prêmio em cima de um trabalho nosso, de algo que a gente fez. Somos de Rodeio, uma cidade pequena, e estamos aqui felizes demais – comemorou Zanella.

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Ouça a música vencedora da Novos Vintages:

Diversidade e amadurecimento musical

Além de R$ 5 mil e troféu, a Novos Vintages foi premiada com a gravação, mixagem e masterização de duas músicas. O título de vice-campeã ficou com a canção Vento, Você e o Mar, da banda regionalista Pirão Catarina, que somou 271,5 pontos. Assim como a Novos Vintages, o grupo se apresentou sábado e foi premiado com R$ 3 mil e gravação de uma música.

O Grupo Musiqueiro, que subiu ao palco do Fucca sexta-feira, fez 265 pontos com a música Na Linha Campeira e abocanhou a terceira colocação, além de R$ 2 mil e cinco horas de ensaio gravado. O prêmio de Voto Popular ficou com a banda de reggae Oh Jah Jah e o de Fã-Clube com a Pobre Tom.

– Tivemos uma diversidade muito bacana neste ano. É claro que algumas bandas precisam amadurecer, mas o Fucca proporciona justamente isso. O festival dá visibilidade para que você mostre o que sabe fazer em cima do palco – comenta o jurado e professor da Furb Carlos Silva.

Para o produtor musical Marco Rovela, a edição 2015 do Fucca foi a mais bem-sucedida dos últimos anos:

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– Tanto na parte estrutural quanto na sonoridade, percebemos uma grande evolução do evento. E foi ótimo porque também não tivemos filas neste ano. As pessoas realmente tiraram o melhor proveito de tudo – avalia.

Entrevista: Anderson Zanella, vocalista da Novos Vintages

Como surgiu Passarinho, a canção que deu a vitória à Novos Vintages?

Foi um passarinho mesmo. Eu vi ele na gaiola e quis fazer algo poético, que lembrasse um pouco do homem e da nossa vida. Tem a ver com isso.

A banda esperava vencer o festival?

Sim! A gente sabe do nosso trabalho e que conquista algo quando merece.

O que vocês costumam ouvir?

A nossa banda chama Novos Vintages, fazemos um show temático sobre rock antigo. É uma vibe vibrante desse pessoal das antigas que a gente quer trazer à tona. Se for pra escolher uma banda que ouvimos muito, diria Beatles.