O combate ao melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, acaba de receber novos aliados. Segundo estudos apresentados no Congresso da American Society of Clinical Oncology 2013, que acontece de 31 de maio a 4 de junho em Chicago, nos Estados Unidos, três novos tratamentos apresentaram resultados positivos.
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Em um estudo com 245 pacientes com a doença, os pesquisadores confirmaram que adicionar um estimulante imunológico, chamado GM-CSF (sigla em inglês para estimulador de colônica macrófago-granulócito), ao tratamento com a droga Ipilumimab – substância do Yervoy, droga aprovada recentemente no Brasil – aumenta a efetividade do tratamento. Outro remédio, chamado Nivolumab, mostrou resultados muito encorajadores quando comparados aos dados históricos do melanoma previamente já tratados. Pesquisadores também descreveram que o Selumetinibe, comparado à quimioterapia, aumenta a sobrevida de pacientes com melanoma ocular.
Dr. Stephen Stefani, oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus e membro da American Society of Clinical Oncology, assinala que estes avanços são muito promissores no sentido de que, após quase uma década em novidades importantes, alternativas sofisticadas começaram a mostrar resultados. Para uso rotineiro na prática clínica assistencial ainda são necessárias algumas etapas de discussão científica mas, cada vez mais rapidamente, devem fazer parte do arsenal terapêutico desta doença, diz o médico.
O melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele, devido à sua alta possibilidade de metástase e taxa de mortalidade elevada. No Brasil, o melanoma corresponde a 4% de todos os tumores malignos de pele, porém, é responsável por 75% dos óbitos decorrentes da doença. E, nos últimos 20 anos, o número de casos triplicou em mulheres e duplicou em homens. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, a taxa de mortalidade por cem mil habitantes nos últimos 30 anos apresentou um aumento de 120% nos homens e 48% nas mulheres. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que anualmente ocorram cerca de 130 mil casos novos desse tipo de câncer no mundo, com maior incidência entre a população de pele branca.
Apesar dos resultados serem preliminares, a comunidade científica parece ter descoberto como “alertar e estimular” o sistema imunológico a combater esta doença que tanto preocupa a sociedade.
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