Blumenau tem neste fim de novembro o menor número de novos casos de Covid-19 em 17 meses. A média de 27 diagnósticos nesta semana foi registrada pela última vez em 12 de junho de 2020. À época, porém, a pandemia ainda estava formando a primeira onda, com apenas seis mortes e menos de mil contaminados na cidade. Atualmente são 68,6 mil testes positivos e 674 vidas perdidas para a doença.
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Para a Infectologia, a grande responsável pela melhora é o avanço da imunização contra o coronavírus. Até agora, 67% da população tomou as duas doses ou a dose única.
Na prática, é o melhor cenário em relação à média móvel (total de casos da última semana dividido por sete) desde a chegada do vírus, já que quando o número era menor ou igual a esse a pandemia ainda estava em ascensão.
Segundo o infectologista Amaury Mielle, o principal diferencial que surgiu neste ano no Brasil e resultou nesta nova realidade tem nome: vacina.
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— Essa queda tem uma relação muito direta com o aumento da proteção vacinal — avalia.
Ele pontua também que os imunizantes impactam na quantidade de internados em UTIs e óbitos. Dados obtidos com exclusividade pelo Santa comprovam a percepção do médico.
Nos últimos três meses, dos 83 blumenauenses que precisaram de internação em UTI, 48, mais da metade, não tomaram a vacina. Entre os que receberam, 12 tinham apenas a primeira aplicação. Ou seja, 72% das hospitalizações em casos graves foram de pessoas que não estavam totalmente protegidas.
No caso das mortes, a quantidade mensal está abaixo de 20 desde setembro, algo que só ocorreu em outubro do ano passado, quando o município registrou oito perdas, e em maio e junho de 2020, época em que a contaminação ainda estava no começo. Na sequência, porém, o aumento foi expressivo, registrando recordes negativos em março e abril.
Nesta quinta-feira (25), a prefeitura informou haver 159 moradores com o vírus ativo. São quatro dias neste patamar (abaixo de 200), o que representa o menor número de pacientes em tratamento desde 8 de maio do ano passado, mês em que o município registrava menos de dez casos por dia e tinha duas mortes contabilizadas.
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Vacina e máscara
O cenário traz alívio, mas também serve de alerta. Estudos mostram que a cobertura vacinal precisa beirar os 90% para que a pandemia enfraqueça a ponto de se tornar uma endemia, conta o especialista.
Blumenau, por exemplo, tem pouco mais de 70% vacinados com a primeira dose desde setembro. O desafio é não deixar quem se recusa a tomar o imunizante a causar uma nova onda, como tem sido visto na Europa.
— [Por isso liberar as máscaras neste momento] é precoce. Podemos ter “repiques” em casos e hospitalizações. Embora menor, há risco de contaminação em ambientes abertos. Vai ter aumento de casos, não há dúvida nenhuma. Poderiam protelar para um outro momento, preferencialmente quando a cobertura vacinal estiver acima dos 85% e com real estabilização e queda nos números — critica Mielle.
Blumenau acompanhou a decisão do governo do Estado de tirar a obrigatoriedade das máscaras em locais ao ar livre e que possibilitem o distanciamento social. A mudança entrou em vigor na quarta-feira (24).
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