A Região Metropolitana da Grande Florianópolis reúne municípios com características rurais (Águas Mornas, Antônio Carlos, Santo Amaro da Imperatriz e São Pedro de Alcântara), cidades pequenas, como Governador Celso Ramos, Biguaçu e Palhoça, além de São José e Florianópolis, que estão entre os quatro maiores municípios catarinenses. O debate sobre a mobilidade urbana na região passa por uma análise da eficiência do transporte público coletivo e da cultura do automóvel.

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Segundo o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), existem muitas superposições de linhas municipais com metropolitanas, além de superposição de linhas entre empresas. Está clara a necessidade de unificação dos sistemas de transporte público municipais com o sistema intermunicipal, agregando-os num único sistema metropolitano.

Desde meados de 2016, a Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf) tem feito reuniões com as prefeituras municipais, operadores de ônibus e órgãos estaduais de regulação, como Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público, além de contar com apoio técnico da Universidade Federal de Santa Catarina por meio do Observatório da Mobilidade Urbana. Os objetivos do novo sistema de transporte público metropolitano são: racionalidade operacional, qualidade de serviço, modicidade tarifária e segurança contratual às partes, pelo estabelecimento de contrato de concessão até então em condições precárias.

Mas vocês podem estar se perguntando por que investir no transporte público coletivo ao invés de expandir a capacidade viária. É claro que qualificar e modernizar as vias é importante, mas criar novos espaços para os carros dentro das cidades vai apenas estimular o uso do automóvel, ou seja, é ilusão considerar esta alternativa para a melhoria da mobilidade urbana na Região Metropolitana.

Ao qualificar o sistema de transporte público, é possível iniciar uma mudança na cultura do automóvel predominante na Grande Florianópolis, onde 48% dos deslocamentos são feitos com veículos individuais conforme estudo do Plamus.

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*Cassio Taniguchi é superintendente da Região Metropolitana da Grande Florianópolis

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