A prancheta de madeira, a caneta, os 11 formulários de papel e o aparelho de radioamador continuam presentes nas ocorrências atendidas pela Polícia Militar de Joinville.

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Porém, estão dando espaço para um kit tecnológico com tablet, impressora e smartphone, equipamentos que começaram a ser usados nos últimos dias nos dois batalhões que atuam na cidade.

Confira todas as informações sobre segurança em Joinville e região.

O projeto tem o nome de Sistema PMSC Mobile e tem 40 kits – 25 para o 8º BMP, que atua no Centro e na região Norte e 15 para o 17ºBPM, que atua na região Sul – que ficam nas viaturas e são usadas pelos policiais que estão de plantão.

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O principal objetivo do sistema é agilizar o trabalho e, principalmente, o atendimento às ocorrências policiais em Joinville.

Como tem acesso à internet, o kit fica permanentemente interligado ao sistema da PM e permite que os policiais tenham acesso a uma série de informações sobre veículos, motoristas e suspeitos de crimes.

– A perspectiva é de que a gente economize até 60% no tempo das ocorrências. Não é ganho no trabalho dos policiais. É ganho para a comunidade. Em um dia de grande volume de ocorrências, uma guarnição recebe um chamado e, enquanto está atendendo, chega outra ocorrência, que fica na fila. Às vezes há três, quatro ocorrências na fila – diz o major Ricardo Ribeiro, chefe da sessão de operações da 5ª Região da Polícia Militar.

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Segundo ele, com os kits, essas ocorrências serão atendidas mais rapidamente, embora ainda não seja possível demonstrar isso estatisticamente.

Se antes uma ocorrência mais complexa – homicídios, tentativas, acidentes de trânsito com muitas vítimas, por exemplo -exigia a presença dos policiais por pelo menos uma hora, por exemplo, agora esse tempo tende a diminuir para 20 minutos.

Em situações que envolvem ocorrências mais simples, chamados de termos circunstanciados (TCs), o sistema permite a impressão da notificação e a assinatura, na hora, dos agentes.

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Na prática, as pessoas que ligavam e ficavam aguardando até que a viatura e os policiais concluíssem o atendimento, todo feito de forma analógica, em outra ocorrência, esperarão menos pelo atendimento e, também, serão atendidas mais rapidamente durante o registro da ocorrência de forma digital.

Além do acesso direto ao banco de dados da segurança pública, outra vantagem do kit é que permite que os envolvidos na ocorrência saiam do local com um protocolo e uma senha impressos e, com esses documentos, eles têm acesso a todos os detalhes da ocorrência, assim que chegam em casa.

– São impressoras térmicas, como de cartão de crédito, que permitem que o cidadão saia com a notificação em mãos, um número e uma senha para acessar a ocorrência via internet e imprimir em casa – diz o major.

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Antes, as pessoas precisavam se deslocar até o batalhão que originou a ocorrência, em horário comercial, para conseguir uma cópia da ocorrência e, a partir disso, buscar orientação de um advogado ou levar para os procedimentos legais na Polícia Civil ou no Fórum.

Em relação ao trabalho dos policiais, segundo o major, não houve mudanças. Os protocolos e os procedimentos legais são os mesmos. Mas quando alguém entra em contato para denunciar um crime, o operador do 190 joga a ocorrência no sistema para que a viatura mais próxima se desloque ao local. O GPS do tablet automaticamente indica o caminho mais curto. Isso evita também que bandidos possam copiar as frequências de rádio usadas pela polícia para ouvir a troca de informações.

– O que muda é a agilidade. Um grupo de policiais já passou por um treinamento simples, intuitivo – diz.

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A expectativa da Polícia Militar é ampliar o sistema para todas as guarnições, viaturas, postos e unidades da polícia, mas não tem provisão para isso.

Além dos equipamentos, a PM também reuniu todas as informações e formulários em um único aplicativo. Pelo programa, os policiais podem verificar infrações de trânsito, fazer registros de ocorrência, checar o Sistema de Atendimento de Despacho de

Emergências em Santa Catarina (SADE), receber informações dos Centro de Operações (Copons), trocar informações com outros policiais e viaturas e, principalmente, consultar pessoas e veículos.

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Em janeiro, o comando da PM projetou que toda a corporação deve estar interligada pelo novo sistema até o fim de 2016. O projeto começou como piloto em Balneário Camboriú em abril do ano passado.